Cópias de um CD com voz de um homem, que denuncia violência contra os presos dos presídios de São Pedro de Alcântara, de Criciúma e de Itajaí, em Santa Catarina, foram entregues em uma delegacia e na Prefeitura de Florianópolis.
O conteúdo do material foi interpretado como um recado às autoridades de segurança do Estado, que teriam deixado de cumprir um acordo, entre poder público e presos, para coibir os excessos no campo disciplinar dos presídios. Realizado em novembro do ano passado, o trato coincide com a ocasião em que foi registrada a primeira onda de atentados em Santa Catarina.
Entre as frases, divulgadas com exclusividade pelo Jornal Notícias do Dia, a voz destaca: "Se continuar dessa forma, a bomba vai explodir. Se não for atendido nossos direitos aqui na penitenciária, a bomba vai explodir". "Os presídios de Canhanduba, em Itajaí, e Penitenciária Sul, de Criciúma, estão passando pelas mesmas situações desumanas para reabilitar um preso". "Nós já tentou dialogar. Já tentou chegar numa conversa várias vezes, mas da forma pacífica e legal nós nunca tivemos melhoria alguma. Nunca tivemos melhorias. Nenhum resultado positivo. Só mais umas pancadas e humilhações".
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A suspeita é que a voz seja de um dos detentos e possível chefe do Primeiro Grupo da Capital (PGC), facção criminosa que estaria por trás dos atentados no Estado. Conforme informações preliminares, a gravação teria sido feita em São Pedro de Alcântara, município da Grande Florianópolis.
Questionado sobre o suposto acordo entre internos e autoridades, o diretor do Departamento Prisional (Deap), Leandro Lima, negou a existência de qualquer tipo de negociação. Até o momento, os atentados no Estado já somam 56 ocorrências em 18 municípios. Uma pessoa morreu e 24 suspeitos foram presos desde o dia 31 de janeiro.