A queda da taxa de fecundidade e o aumento da longevidade da população são as principais informações preliminares já fornecidas pelo Censo 2010, segundo destacou ontem o presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eduardo Nunes. ''Há informações claras de mudança no padrão demográfico da população brasileira'', afirmou Nunes, acrescentando que o Brasil ''deixará de ser um país ainda jovem para se tornar um país adulto''.
Ele apresentou dados que revelam que, com cerca de 80% da população já recenseada, as pessoas com mais de 100 anos já somam 17.615 em 2010, ante 24.576 no Censo 2000. ''As informações são absolutamente preliminares, mas confirmam o envelhecimento da população, o que deve se acentuar nas próximas décadas'', disse.
Como ainda há muitos dados a serem coletados na área rural, onde predomina a população nessa idade, a expectativa é que o número de centenários torne-se bem maior até o fim da coleta, em 31 de outubro. O Estado com o maior número de pessoas acima de 100 anos, em 2010, é a Bahia (2.473). Em São Paulo, são 2.248 contabilizadas até o momento.
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Outro resultado preliminar também apresentado por Nunes diz respeito ao número médio de pessoas por domicílio, que caiu para 3,34 no Censo 2010, ante 3,79 no Censo 2000. Houve redução, na década, de pessoas por domicílio na área urbana (3,64 para 3,29) e na área rural (4,17 para 3,64). ''É algo muito expressivo e característico do Brasil na década de 2000, o recuo na taxa de fecundidade cada vez mais generalizado, na área urbana e rural'', disse o presidente do IBGE.
Segundo Nunes, o trabalho de coleta de dados do Censo 2010 deverá se encerrar antes do prazo estabelecido, em 31 de outubro, porque ''o processo ocorre aceleradamente em todas as regiões''. No entanto, ele disse que não haverá divulgação antecipada de resultados, e sim aproveitamento da ''folga no calendário'' para ''aprofundar o trabalho de supervisão e revisão''. Em 27 de novembro, os dados serão encaminhados para o Tribunal de Contas da União (TCU).