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Tentava ir para a Bolívia

Cesare Battisti é solto em Mato Grosso do Sul após decisão judicial

Agência Brasil
07 out 2017 às 15:26

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- José Cruz/Arquivo/Agência Brasil
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O ex-ativista italiano Cesare Battisti foi solto na noite dessa sexta-feira (6) após decisão da Justiça Federal. Battisti estava preso desde quarta-feira em Corumbá, em Mato Grosso do Sul. O italiano foi indiciado pela Polícia Federal (PF) pelos crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

Ele foi detido pela Polícia Rodoviária Federal quando tentava atravessar a fronteira com a Bolívia. O habeas corpus foi concedido pelo desembargador José Lunardelli, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, sediado em São Paulo. No despacho, ele revogou a prisão preventiva, mas proibiu Battisti de deixar a comarca de residência sem autorização judicial.

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A PF declarou que o ativista foi preso com US$ 6 mil e 1,3 mil euros. Em viagens para fora do país, valores em qualquer moeda superiores a R$ 10 mil devem ser declarados, sob pena de enquadramento em crime de evasão de divisas. Segundo a defesa, o italiano e outras duas pessoas, que foram liberadas, portavam R$ 25 mil, quantia considerada pelos advogados como compatível com a viagem que estavam realizando.

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Para o desembargador, a conduta de evasão de divisas está bem delineada, conforme o auto de prisão em flagrante da PF, e deve ser investigada. Entretanto, segundo ele, não se constata nenhum elemento que indique a prática do crime de lavagem de dinheiro. "Não há qualquer indício de que o paciente teria ocultado ou dissimulado a origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade dos valores, tampouco existe substrato fático capaz de indicar a origem criminosa do numerário apreendido", diz Lunardelli, na decisão.

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No decreto de prisão preventiva, o juiz Odilon de Oliveira, da 3ª Vara Federal em Campo Grande (MS), justificou que "ao menos em caráter provisório, Cesare Battisti procurava se evadir do território nacional, temendo ser efetivamente extraditado". Segundo o magistrado, os antecedentes do ativista são "gravíssimos", ele está em situação de refugiado e se dirigia a um país estrangeiro sem comunicar ao governo brasileiro.


Entretanto, o desembargador José Lunardelli, alerta que Battisti não é refugiado pois obteve o visto de permanência do Conselho Nacional de Imigração.

A prisão de Cesare Battisti ocorreu no momento em que a Itália busca sua extradição junto ao governo brasileiro. Na quinta-feira (5), o ministro das Relações Exteriores da Itália, Angelino Alfano, disse, por meio de uma rede social, que está trabalhando com as autoridades brasileiras para garantir a extradição. Os contatos não são confirmados oficialmente pelo Brasil.


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