Equipes de busca que atuam no Morro da Carioca, no centro de Angra dos Reis, litoral sul fluminense, encontraram no início da tarde mais três corpos de vítimas dos deslizamentos de terra provocados pela chuva. Com isso, sobe para 21 o total de corpos resgatados no Morro da Carioca. Em todo o município, os bombeiros e homens da Defesa Civil já encontraram 50.
A estimativa é que 1,1 mil famílias vivam no Morro da Carioca. Pelo menos 100 terão que deixar o local ondem moram, localizados em áreas de risco. Com medo de novos deslizamentos de terra, muitos moradores da região passaram a manhã de hoje (4) retirando pertences de suas casas, com a ajuda de amigos, parentes e voluntários.
A funcionária pública Carmen Adriane Maia Reis, 35 anos, retirou tudo que tinha de sua casa, que está interditada e será uma das residências demolidas hoje. Ela está há quatro dias na casa de amigos.
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"Não tenho cabeça para pensar em nada, apenas agradecer por estar viva. As paredes da casa, construída com tanto sacrifício, já estão trincando."
Moradores de residências que não foram interditadas também estão apreensivos. A auxiliar de laboratório Maria de Fátima Pinheiro da Cunha, 41 anos, disse que a prefeitura informou que ela não terá que deixar a casa. Mesmo assim, Maria de Fátima teme pela sua vida, pela do marido e pela dos dois filhos.
"Se chover, como posso ter certeza de que a encosta em cima da minha casa não vai descer? Pago IPTU [Imposto Predial e Territorial Urbano] de mais de R$ 70 e ainda tenho que passar por isso. Estamos na casa da minha sogra com medo de voltar."