A Funai (Fundação Nacional do Índio) confirmou nesta sexta-feira (10) a morte de cinco crianças na região da Terra Indígena Vale do Javari, no Amazonas. De acordo com o órgão, uma das mortes aconteceu no porto do Rio Javari, na cidade de Atalaia do Norte, e as outras no percurso das comunidades até o local, "em circunstâncias não relatadas”.
Em nota, o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) informou que indígenas ficam em canoas ancoradas em local insalubre e consumindo água diretamente do rio. De acordo com a organização não governamental, que recebeu informações do Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena) do Vale do Javari, já seriam seis crianças mortas.
Segundo o Cimi, na orla da cidade estão ancoradas mais de 20 canoas, cada uma com mais de dez pessoas que ficam ali abrigadas à espera de pagamentos de benefícios sociais, como da Previdência e Bolsa Família.
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A Funai destacou que está atenta aos fatos ocorridos, mas que nem todos os recentes óbitos de crianças indígenas estão exatamente ligados ao deslocamento de indígenas até a cidade de Atalaia do Norte e à permanência na região. "A respeito da constância do grupo às margens do Rio Javari, a Fundação está apoiando e monitorando as medidas necessárias para o retorno desses indígenas às suas respectivas comunidades. Vale lembrar que a ida desses povos até a sede do município amazonense é um fato recorrente resultado de um processo socioeconômico”, diz a nota.
A reportagem entrou em contato com o Ministério da Saúde, responsável pelo Dsei, e aguarda retorno. Os Dseis são unidades descentralizadas do SUS (Sistema Único de Saúde) de atendimento a comunidades indígenas.