O comerciante Jeferson Fiuza de Moraes, de 28 anos, foi preso na quarta-feira depois de matar dois assaltantes que tentaram roubar sua loja de informática na Cidade Dutra, zona sul de São Paulo. O delegado responsável pelo caso, Altamir Galdino, colocou em dúvida a tese de legítima defesa, diante de indícios de uma reação excessiva por parte de Moraes.
O assalto aconteceu por volta das 18 horas na Rua Valter Marrany Ribeiro. Adriano Francisco Santiago, de 25 anos, e um adolescente de 17 invadiram a loja de produtos de informática pouco antes do fechamento e anunciaram o assalto. Os ladrões fizeram reféns Moraes e sua funcionária, Franciele Santos Silva, de 19 anos. Os dois foram mantidos em um banheiro nos fundos do estabelecimento, enquanto os ladrões pegavam produtos.
Segundo o comerciante, os ladrões faziam ameaças de morte, dizendo que ele e a funcionária seriam mortos se não oferecessem mais dinheiro. Moraes disse que lembrou de uma pistola Glock 380 guardada em uma mochila no banheiro e, com medo de morrer, decidiu reagir.
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Ele faz curso de tiro e usa a arma em instruções. Iria para o clube logo depois de sair da loja. O comerciante saiu do banheiro e disse que Santiago fez um disparo com um revólver calibre 32, que não o atingiu. Ele então atingiu o ladrão com cinco tiros, no braço direito, lado esquerdo da cabeça, perna direita e dois na coxa direita.
Segundo Moraes, o adolescente colocou a mão na cintura, como se estivesse armado, e por isso também foi atingido, com três tiros, na perna, no abdômen e nas costas. Ele já estava do lado de fora da loja e caiu na calçada. Os dois ladrões foram levados ao Pronto-Socorro do Grajaú, onde morreram.
O adolescente não estava armado. Com ele foram encontrados R$ 111, provavelmente roubados da loja.
Para o delegado, não ficou claro que o comerciante tenha tentado apenas se defender. "Quanto à possibilidade do reconhecimento da legítima defesa, submeto à apreciação do Poder Judiciário, ouvindo representante do Ministério Público."
Mulher de Moraes, a comerciante Rafaela Cândido Moraes, de 22 anos, disse que está chocada com tudo o que aconteceu e jamais imaginaria que o marido seria preso por matar os assaltantes. "Ele esperou a chegada da polícia, apresentou a arma, prestou depoimento. Foi pego de surpresa com a prisão."
Até as 20h de ontem, Moraes estava preso na carceragem do 101.º DP (Jardim das Embuias). "Ele não é bandido", disse Rafaela. Segundo vizinhos, a loja foi assaltada oito vezes em três anos. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.