Laudo divulgado na manhã desta sexta-feira pelo Instituto de Criminalística (IC) de Piracicaba (SP) informa que estava podre a viga de madeira que sustentava o balanço em que uma menina de quatro anos de idade morreu no dia 23 de julho, no Grande Hotel da cidade de Águas de São Pedro, no interior paulista. A garota morreu atingida pela viga que despencou quando ela usava o balanço do hotel, onde seus pais estavam hospedados.
De acordo com o perito criminal Jefferson Willians de Gaspari, que assinou o laudo, o acidente foi causado por uma ruptura na região em que a viga se encaixava nas duas colunas laterais, também de madeira e que a sustentavam. "Em função de a madeira estar comprometida, degradada, em estado de decomposição, a viga se rompeu e despencou sobre a criança", disse. Segundo o perito, a decomposição da madeira era tão antiga que a perícia encontrou raízes na madeira. "Essa viga estava há muito tempo sofrendo as intempéries do tempo e por isso estava em decomposição, tanto que encontramos raízes nela, formando um substrato adequado ao desenvolvimento de plantas", disse.
O perito afirmou que a situação ocorreu porque, muito provavelmente, o brinquedo não passou pelas manutenções previstas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). "Associação prevê que este tipo de brinquedo deve passar por manutenção de técnicos especializados pelo menos duas vezes por ano. Muito possivelmente isso não aconteceu ou se aconteceu, a manutenção foi mal feita", declarou. Segundo Gaspari, uma manutenção poderia ter evitado a morte da garota. "Com certeza, uma manutenção no brinquedo encontraria o problema e evitaria o acidente", afirmou.
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Outra irregularidade, segundo o perito, foi encontrada na maneira como a viga era presa às colunas. "As normas técnicas estabelecem que as ligações mecânicas entre peças de madeira sejam presas por dois pinos de metais, para sustentar a vibração do brinquedo. Lá, a viga estava presa com um pino", disse.
O perito negou que a viga pudesse ter desabado pelo uso inadequado do brinquedo. O hotel alegou que além da criança outras duas pessoas estariam no mesmo brinquedo que, por causa do peso, teria quebrado, causando o acidente. "Não havia qualquer indicação de uso do brinquedo apenas por criança. Além disso, um eventual uso inadequado por um adulto não foi a causa porque a madeira estava mesmo muito comprometida", afirmou.