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Lava Jato

Delatores revelam ter feito falsos contratos para gerar R$ 28 milhões para a OAS

Agência Estado
05 jul 2016 às 11:16

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Responsável por firmar falsos contratos para o Grupo OAS levantar recursos em espécie, os delatores Roberto Trombeta e seu sócio Rodrigo Morales confessaram à força-tarefa da Operação Lava Jato terem ajudado a empreiteira a levantar R$ 22 milhões em dinheiro em espécie, entre 2010 e 2014.

Entre os valores, há recursos de propina das obras do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), no Rio, alvo da 31ª fase batizada de Operação Abismo.

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"O total de contratos fictícios assinados pelos declarantes foi de R$ 28.387.652,00", registrou a Procuradoria da República, no Termo 1, de Trombeta. Ele foi ouvido no dia 12 de junho. "Após anos de relacionamento e confiança o mesmo, a partir do ano de 2010, foi requisitado para emitir notas de serviços de suas empresas para o Grupo OAS Brasil, pois a OAS dizia-se necessitar de recursos em espécie para pagamentos de pessoas de canteiros de obras e outros", detalhou Trombeta e Morales, em depoimentos iguais à Lava Jato.

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"Na maioria dos serviços contratados não houve a devida prestação dos mesmos, senão "pró-forma" com único intuito de gerar dinheiro em espécie para o Grupo OAS Brasil", informaram os delatores. O presidente afastado da OAS José Aldemário Pinheiro, conhecido como Léo Pinheiro, foi preso e condenado na Lava Jato em Curitiba. Ele negocia acordo de delação premiada com a Procuradoria.

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No pedido de prisões e buscas da Operação Abismo, a força-tarefa da Lava Jato afirma que o delator Mário Góes, outro operador de propinas, explicou que os pagamentos intermediados pela OAS se davam em espécie. "Uma das formas evidenciadas para tal finalidade foi a celebração de contratos ideologicamente falsos, nos quais não havia efetiva prestação de serviços, com empresas comandadas por Roberto Trombeta e Rodrigo Morales, conforme admitido por ambos os colaboradores."


"Dentre os contratos ideologicamente falsos celebrados arrolados pelos colaboradores destacam-se dois firmados pelo Consórcio Novo Cenpes, um com a MRTR Gestão Empresarial, em 8 de abril de 2008, no valor de R$ 2.195.000,00, e outro com a Morales e De Paula Advogados Associados, em 7 de novembro de 2011, no valor de R$ 700.000,0061", informa a Procuradoria.


Os delatores que forneciam os contratos fictícios para a OAS levantar dinheiro em espécie entregaram os detalhes desses negócios para a Lava Jato. Muitos são de obras de saneamento.

Trombeta e Morales dizem que recebiam 20% do valor bruto de cada fatura como pagamento. Descontados os valores do serviço, os delatores explicaram que a OAS recebeu em espécie R$ 22,7 milhões.


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