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'Desleixo'

Dilma: moradia em área de risco ‘é regra’ no Brasil

BBC Brasil
13 jan 2011 às 22:57

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A presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira em uma coletiva, após sobrevoar as três cidades no Rio de Janeiro mais afetadas pelas chuvas, que "a moradia em áreas de risco no Brasil é a regra, e não a exceção".

Segundo a Agência Brasil, que cita informações das prefeituras dos municípios afetados, os deslizamentos já deixaram mais de 400 mortos na região serrana do Rio.

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"Houve no Brasil um absoluto desleixo em relação à população de baixa renda, que não tinha onde morar e foi morar aonde? Em fundo de vale, beira de rio, beira de córrego e no morro", afirmou a presidente.

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Também presente à coletiva, o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), disse que as três cidades fluminenses mais afetadas pelas enchentes (Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis) sofriam efeitos de governos municipais anteriores.

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"Não quero culpar um ou outro prefeito anterior a eles. Mas, da década de 80 para cá, essas três cidades tiveram um processo muito semelhante ao que houve no Rio e em outras regiões, que é a desgraça do populismo, a permissividade de deixar ocupações irresponsáveis, como se fossem aliados dos mais pobres."


Políticas habitacionais

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Dilma disse que pretende atacar o problema habitacional no Brasil por meio de investimentos públicos. Ela citou o programa federal Minha Casa, Minha Vida, iniciado na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e disse que criaria uma segunda edição do programa.


Ainda assim, segundo a presidente, a prioridade atual é atender as vítimas dos deslizamentos.

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"De fato é um momento muito dramático, as cenas são muito fortes, o sofrimento das pessoas é visível, e o risco é muito grande. Agora é a fase de garantir que, através da ação concertada do governo federal, do Estado e dos municípios, possamos socorrer", disse Dilma.


"Depois vamos entrar no momento da reconstrução", completou.

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Ela afirmou ainda que, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento, R$ 11 bilhões serão destinados à drenagem e à prevenção de deslizamentos nas encostas de cidades brasileiras.


Nova Friburgo

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Após o voo, Dilma desceu num campo de futebol em Nova Friburgo e, acompanhada por seis ministros e por Cabral, visitou uma praça coberta de lama e lixo no centro da cidade.


Em seguida, a presidente conversou com moradores da cidade, uma das mais atingidas pelos deslizamentos.

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De acordo com a Defesa Civil do Rio, há cerca de 5 mil famílias desabrigadas ou desalojadas em Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis.


Em seu discurso, a presidente afirmou que todas as famílias desalojadas teriam acesso ao benefício de aluguel subsidiado e que a parcela mensal do Bolsa Família seria antecipada para todos os moradores cadastrados das três cidades.


Segundo a presidente, o governo federal também está atento à situação das chuvas em São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Espírito do Santo. Dilma disse que se empenharia para que verba federal de R$ 780 milhões destinada aos Estados mais afetados pelas chuvas seja liberada da forma mais "rápida e menos burocrática possível".


Saúde


O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou nesta quinta-feira que o repasse previsto de R$ 9 milhões para os municípios de Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis será antecipado.


Padilha também disse que o Ministério da Saúde arcará com os custos de dois hospitais de campanha que estão sendo montados pela Marinha e pelo governo do Rio na região serrana do Estado.

Ainda segundo o ministro, os seis hospitais federais do Rio suspenderam as cirurgias eletivas para atender as vítimas dos deslizamentos.


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