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Diagnóstico tardio e erros

Filme e projeto educacional alertam para racismo no atendimento médico

Léo Rodrigues - Agência Brasil
03 abr 2025 às 11:44

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Imagens/TV Brasil
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Com o objetivo de chamar atenção para experiências como diagnóstico tardio, erros médicos e a dificuldade de acesso a exames vividas por pessoas negras na assistência médica, o curta-metragem Corpo Negro foi lançado na terça-feira (1º) no Rio de Janeiro. O filme leva para a tela a jornada de um homem enfrentando a indiferença de profissionais que lhe atendem.


A obra propõe uma reflexão sobre o racismo e foi dirigida por Nany Oliveira e produzida como parte do projeto Mediversidade, de iniciativa dos braços sociais de dois grupos empresariais do setor educacional. Lançado pelo Instituto de Educação Média e pelo Instituto Yduqs, o filme reúne compromissos para um ensino mais diverso. Há a promessa de adoção de uma série de medidas em estabelecimentos vinculados aos dois grupos como Estácio, Ibmec, Damásio, Fameac (Faculdade de Medicina de Açailância) e Fapan (Faculdade Pan Amazônica).

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Diferentes estudos já conduziram a resultados que sugerem uma desigualdade preocupante no atendimento médico. Em 2018, uma pesquisa desenvolvida na UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) calculou que mulheres pretas e pardas tinham duas vezes mais chances de receber um diagnóstico tardio de câncer de mama em comparação com mulheres brancas. Os resultados foram publicados na Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia.

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Um outro estudo publicado em 2023 indicou que pacientes negros têm mais chances de serem hospitalizadas em decorrência de erro médico em praticamente todas as regiões do país. A única exceção foi o Sul. Os resultados foram apresentados em um boletim produzido pelo Ieps (Instituto de Estudos para Políticas de Saúde) e pelo Instituto Çarê. A análise das causas de 66.496 internações ocorridas entre 2010 e 2021 indicou, por exemplo, que a probabilidade de um evento deste tipo envolvendo pessoas negras é 65,2% maior no Sudeste e 585,3% maior no Nordeste.

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Também em 2023, uma pesquisa elaborada pelo Ministério da Saúde e pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) revelaram que a mortalidade materna entre mulheres negras é mais que o dobro em comparação a de mulheres brancas. A conclusão foi obtida após análise dos óbitos registrados no ano anterior e foram considerados todos os casos que ocorreram em até 42 dias após o fim da gestação e que estavam relacionados a causas ligadas à gestação, ao parto e ao puerpério.


Nos Estados Unidos, há estudos apontando na mesma direção. Há dois anos, o Centro Médico de Boston estimou que, em média, pacientes negros receberam o diagnóstico associado ao Alzheimer aos 72,5 anos. A média para os brancos foi de 67,8 anos. Além disso, as taxas de realização de ressonância magnética para confirmar a doença era muito inferior entre pessoas negras. Os pesquisadores concluíram que os dados sugerem um atraso na detecção do declínio cognitivo em pacientes negros, bem como a falta de encaminhamento adequado para exames diagnósticos.

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O filme Corpo Negro traz, em letreiros, outros dados que indicam, por exemplo, que as consultas realizadas com pessoas brancas são mais demoradas. O curta-metragem destaca ainda que, apesar da invisibilidade dos pacientes negros, os seus corpos são os mais doados para estudos nos cursos de Medicina.


Outro dado que o filme chama atenção é para a baixa quantidade de profissionais pretos. De acordo com dados do Censo 2022, divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 75,5% dos graduados em Medicina se declararam brancos e 19% pardos. Apenas 2,8% eram pretos.


A proposta do Mediversidade, segundo o Idomed e o Instituto Yduqs, é oferecer respostas para esse cenário. Entre as medidas elencadas, está a realização de cursos gratuito de letramento étnico-racial para docentes, discentes e profissionais já formados; ampliação para 35% no número de vagas afirmativas no processo de contratação de professores; a revisão da matriz curricular da graduação para tornar o curso mais inclusivo; a priorização de projetos de pesquisa científica com foco em diversidade; a concessão de bolsas integrais para estudantes pretos e pardos; e a adoção de manequins negros nas aulas e simulados.


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