Em plena abertura do carnaval, a população de Florianópolis continuará refém da onda de violência que assombra a cidade nos últimos nove dias. Mesmo com a promessa de aumento do efetivo da segurança pública nas ruas e bairros, uma espécie de "toque de recolher" deverá diminuir o ambiente de festa nas noites no centro da cidade, local preferido pelos foliões.
A prefeitura determinou que os ônibus circulem das 6 horas às 23 horas até que cessem os ataques. Os ônibus que percorrerem as linhas, especialmente as que contemplam a população residente nos morros próximos da cidade, terão o acompanhamento de escolta policial a partir de sexta-feira (8), conforme iniciativa da prefeitura que locou 20 carros para auxiliar a PM. "Não é justo que as comunidades mais carentes sejam segregadas", justificou o prefeito César Souza Júnior. Florianópolis é a segunda cidade catarinense com maior número de atentados desde o dia 30 de janeiro.
A polícia de Joinville, que registrou o maior número de casos, e de Brusque, que nesta quinta-feira teve seus dois primeiros ataques, também já deflagrou esquema especial de segurança para a circulação de ônibus urbanos, principal alvo dos bandidos.
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Casos. No Estado já são 74 ocorrências em 24 cidades - 31 ataques foram contra ônibus. Pelo menos 110 pessoas estão entre os suspeitos e envolvidos nos crimes, e a polícia prendeu 22 pessoas. A noite de quarta e madrugada desta quinta estão entre as mais violentas desde o início das ações criminosas. Foram nove ocorrências em menos de seis horas. Em São João Batista, na Grande Florianópolis, dois homens incendiaram um ônibus de uma banda de música que estava estacionado em frente a casa do proprietário.
A mando da facção Primeiro Grupo Catarinense (PGC), em protesto à política disciplinar nas penitenciárias catarinenses, Brusque, Bom Retiro e Garuva entraram na lista de cidades afetadas pelos crimes. Também foram feitos atentados contra policiais. Em Itajaí foram disparados 12 tiros contra a residência de um cabo. No bairro Saco dos Limões, coquetel molotov foi lançado em um carro de um cabo da PM que conseguiu controlar o fogo. Um homem suspeito foi preso logo em seguida. Em Navegantes três veículos foram incendiados em um ferro velho.
Em Bom Retiro, às margens da BR-282, na região Serrana do Estado, marginais atearam fogo em um ônibus de uma empresa privada. Em Joinville um caminhão foi incendiado na madrugada. O proprietário disse que o veículo estava parado havia três meses e descartou a hipótese de curto-circuito, pois estava sem bateria. Em Garuva, quase na divisa com o Paraná, no centro da cidade, outro carro foi incendiado na garagem da casa do seu proprietário. Em São Miguel do Oeste, cidade próxima da fronteira com a Argentina, foram incendiados dois ônibus. A PM não confirma se a ação está associada aos ataques.