A queima da espuma de isolamento acústico que revestia o teto da boate Kiss liberou o monóxido de carbono, dióxido de carbono e gás cianídrico (cianeto) que mataram 241 frequentadores da casa noturna de Santa Maria (RS) em 27 de janeiro. A conclusão é do Instituto-Geral de Perícias, que enviou o laudo aos delegados responsáveis pela investigação da tragédia nesta terça-feira. O resultado coincide com análises técnicas anteriores, feitas no corpo das vítimas, que mostraram a inalação de cianeto como principal causa dos óbitos.
A tragédia aconteceu durante um show musical e pirotécnico da banda Gurizada Fandangueira, que animava a festa estudantil na boate. A fagulha de um artefato chegou à espuma e o fogo espalhou-se rapidamente, causando a fumaça escura que sufocou os frequentadores. O extintor de incêndio não funcionou e a casa não tinha uma via alternativa de saída.
Cerca de mil pessoas estavam na casa e tentaram escapar pela porta que servia à entrada e saída. Muitas não conseguiram. Além de 234 que morreram no mesmo dia, outras sete faleceram posteriormente, em hospitais. Dois integrantes da banda e dois sócios da Kiss estão presos preventivamente. A Polícia Civil espera encerrar o inquérito até sexta-feira.