O universitário Felipe de Oliveira Iasi, de 23 anos, motorista do Gol cinza usado para levar o suspeito Carlos Eduardo Sandfeld Nunes, de 24 anos, à casa do cartunista Glauco Villas Boas, de 53 anos, se apresentou à Polícia Civil às 16h35 deste domingo, 14. Ele estava acompanhado de seu advogado, Cássio Paoletti. Segundo o defensor, Felipe não participou de nenhum crime e foi sequestrado pelo suposto assassino antes que ele matasse o cartunista e seu filho Raoni, na madrugada de sexta-feira, 12.
O advogado também disse que o suspeito Carlos Eduardo teria passado na casa de seu cliente e o obrigado a levá-lo até Osasco. O jovem estava transtornado e afirmava ser a reencarnação de Jesus Cristo. Ele insistia em dizer que precisava ir até a casa do cartunista, pois tinha a intenção de levar Glauco até o lugar em que morava com a mãe. Ele queria que o cartunista confirmasse para sua mãe que ele era Jesus Cristo. De acordo com a versão do defensor, quando eles chegaram na casa do cartunista, Carlos Eduardo estava visivelmente abalado e obrigou Bia, mulher de Glauco, a filha e o cartunista a se sentarem no sofá. Nesse momento, o filho Raoni chegou e também foi obrigado a sentar-se com a família.
Apavorado, Felipe conseguiu correr, entrou no carro e tentou dar a partida no veículo. Quando o carro pegou, ele arrancou e bateu a traseira em uma lata de lixo. Ele disse ao advogado que nem chegou a ouvir os disparos e nega a versão de que teria dado fuga a Carlos Eduardo. Ainda segundo a versão do advogado, Felipe avisou a mãe dele, Ineida Oliveira, sobre o fato de ter sido sequestrado. No dia seguinte, soube da tragédia e procurou a polícia.
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O delegado Archimedes Cassão Veras Junior começou a ouvir o depoimento de Felipe às 16h40. O jovem confirmou que Carlos Eduardo ligou para um parente do cartunista ontem à tarde, cujo nome o delegado preferiu manter em anonimato, e que essa pessoa, ao atender, desligou o aparelho imediatamente e que a chamada não teve nenhum tom de ameaça.