A juíza Roberta dos Santos Braga Costa, da 2ª Vara da Comarca de Rio Bonito, no interior do Rio de Janeiro, atendeu pedido do advogado Jackson Costa Rodrigues e adiou para o dia 28 de novembro, às 10 horas, o julgamento de Adriana Ferreira de Almeida e de outros três acusados de matar o ganhador da Mega-Sena René Senna. O júri estava marcado para esta terça-feira, dia 4, mas o advogado de Adriana, viúva do milionário, apresentou atestado médico, alegando a necessidade de repouso por 40 dias, em virtude de doença neurológica decorrente de um AVC. Na decisão, a juíza determinou que Jackson Costa indique outro advogado para representar a ré, caso ele não esteja restabelecido até a nova data de julgamento. Se a defesa não cumprir a determinação, Adriana Ferreira será representada pela Defensoria Pública.
"Em que pese a gravidade da enfermidade ora noticiada e até mesmo em função de tal fato, há de se considerar que o adiamento ora requerido se mostra extremamente prejudicial ao andamento do processo que, vale dizer, diz respeito a crime de homicídio qualificado perpetrado em 07 de janeiro de 2007, tendo transcorrido mais de quatro anos desde a referida data, sem que tenha sido possível a realização da sessão plenária de julgamento de quatro dos réus pronunciados. Não se afigura minimamente razoável o longo prazo transcorrido desde o assassinato da vítima René Senna, sem que tenha havido o necessário julgamento de quatro dos réus, valendo ressaltar que o julgamento pelo Tribunal do Júri de pessoas acusadas por delitos que atentem contra a vida constitui uma garantia constitucional do próprio réu, não sendo possível, portanto, adiamentos sucessivos", ressaltou a juíza.
Além de Adriana, seriamjulgados a professora de educação física Janaína Silva de Oliveira, melhor amiga da viúva; o sargento PM Ronaldo Amaral de Oliveira, o China; e o cabo PM Marco Antônio Vicente.
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Em 9 de julho de 2009, o Tribunal do Júri de Rio Bonito condenou a 18 anos de reclusão, cada um, o ex-policial militar Anderson Silva de Sousa e o funcionário público Ednei Gonçalves Pereira pelo assassinato de René Senna e pelo crime de furto qualificado.
Ex-lavrador, René Senna ganhou o prêmio de R$ 51,8 milhões em julho de 2005 e, após um ano e meio, foi morto no dia 7 de janeiro de 2007, quando tomava cerveja em um bar na Estrada de Lavras 1000, em Lavras, na cidade de Rio Bonito. O milionário foi atingido por quatro tiros, sendo o primeiro na nuca e três na cabeça. Segundo denúncia do Ministério Público estadual, os disparos foram efetuados por Anderson Silva, marido de Janaína Silva. Depois do crime, ele fugiu na garupa de uma motocicleta dirigida por Ednei Gonçalves. A mandante do crime, de acordo com o MP, teria sido a cabeleireira Adriana Ferreira Almeida, companheira de René, que pretendia se beneficiar de um testamento preparado pelo milionário, no qual receberia 50% de sua fortuna.