O juiz federal Jeferson Schneider, de Cuiabá, abriu o sigilo da Operação Ararath - investigação da Polícia Federal sobre desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro por meio de instituição financeira clandestina. A medida foi tomada nesta terça-feira. "O Brasil constituiu-se em uma república por meio da qual os agentes políticos devem desempenhar suas funções públicas em público", assinala o magistrado. "Em uma República não há espaço para a atuação do poder público de forma oculta ou velada, dando azo ao mistério, à dúvida, à desinformação", alerta Jeferson Schneider.
A Ararath é uma missão da PF desencadeada em cinco etapas, a mais recente há duas semanas, quando o juiz Schneider autorizou prisões e buscas, inclusive em repartições públicas. A investigação mira importantes personagens do cenário político do País, o governador Silval Barbosa (PMDB), do Mato Grosso, o senador Blairo Maggi (PR), o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB) e o maior financiador da campanha do senador Pedro Taques (PDT), que agora é pré-candidato ao governo do Estado.
Também hoje, o juiz recebeu denúncia criminal contra Éder de Moraes, ex-secretário de Estado da Fazenda na gestão Blairo Maggi. Ele é acusado por operar instituição financeira sem autorização do Banco Central. "A atuação do poder público deve dar-se às claras, sob a luz do sol, de forma transparente, para que todos os cidadãos interessados e preocupados com o destino da república possam ter pleno e irrestrito acesso às informações necessárias para, com independência, realizar o seu juízo de valor", assinala o juiz.
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Para o magistrado da Operação Ararath, "a publicidade da atuação do poder público é pressuposto de legitimação dos atos estatais, os quais são expostos ao conhecimento de toda a cidadania para fins de controle do poder público pelo público".