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São Paulo

Justiça condena falso padre que cobrava por orações

Agência Estado
26 nov 2009 às 10:18

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O "monsenhor" Marcos Rodrigues Fontana, de 48 anos, foi condenado por estelionato pela Justiça por enganar fiéis no Cemitério do Araçá, um dos mais antigos da capital paulista, na Zona Oeste de São Paulo, onde se passava por padre da Igreja Católica Apostólica Romana para celebrar velórios.

Fontana cobrava entre R$ 50 e R$ 200 pela celebração do rito das exéquias (oração de despedida, com corpo presente) no Araçá. Ao longo de um ano, mais de 40 pessoas reclamaram à Arquidiocese de São Paulo, se sentindo enganadas pelo "monsenhor".

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O falso padre foi condenado a três anos de reclusão pelo juiz Waldir Calciolari, da 25ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, pena substituída por prestação de serviços, com multa de R$ 2.325, destinada a entidades sociais. Na sentença, o juiz assinala que, ao abordar fiéis se passando por "católico", ele "induz as vítimas a erro, fazendo acreditar ser padre da Igreja Católica Apostólica Romana, condição que não ostenta".

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O "monsenhor" - que nunca foi ordenado pela Igreja - abordava os fiéis no Araçá pouco antes dos velórios e, como justificativa à cobrança, dizia precisar para "pagar táxi" até São Miguel, na Zona Leste, onde ficaria sua paróquia "Santa Rita de Cássia", que não existe. Também afirmava manter creche no Centro de Juventude da Sociedade Amigos da Vila Progresso - que nunca recebeu nada do "monsenhor".

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"Não se discute o direito de professar fé, entretanto não pode fazê-lo sem esclarecer que pertence a religião diversa", escreveu o juiz. Fontana afirma ser integrante da Igreja Católica Apostólica Reunida do Brasil, mas admitiu em juízo usar vestes da Igreja Romana. "Resta evidente má-fé com que agiu o acusado."


Para a arquidiocese, a punição serve como medida preventiva. "É importante a Justiça intervir para dificultar esse tipo de ação", disse o cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer. "Falsidade ideológica tem de ser punida."

Procurado, Fontana disse não atuar mais em cemitérios, mas que não tinha "nada a declarar". Nem ele, nem seu advogado, Osmar Campos, adiantaram se vão recorrer da decisão judicial.


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