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Limite do humor

Leo Lins se defende da condenação de racismo e atribui suas piadas a uma 'persona cômica'

Folhapress
06 jun 2025 às 18:10

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Reprodução/Instagram
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Condenado a oito anos de prisão com base na Lei do Racismo, Leo Lins se defendeu em uma live no YouTube nesta quinta-feira (5). O comediante usou como base para sua defesa o argumento de que interpreta um personagem no palco. "É uma persona cômica que criei ao longo de dez anos", disse, segurando um cabide com um figurino.


"Aqui é a pessoa Leonardo de Lima Borges Lins, e não o comediante Leo Lins", diz ele na abertura do vídeo, que durou cerca de 12 minutos.

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Lins citou o filósofo britânico Simon Critchley, autor de teorias sobre o humor, para dizer que sua interpretação em um show de stand-up equivale ao trabalho de um ator em uma cena de dramaturgia.

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"Um humorista no palco interpreta um personagem", diz ele. "Então se eu assistir a um filme de romance posso processar os atores por atentado ao pudor?", comparou.

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"Concordar com essa sentença é assinar um atestado de que somos adultos infantilóides sem capacidade de discernir o que é bom ou ruim e que precisamos de um estado falando do que podemos rir, do que podemos falar e até mesmo do que podemos pensar", concluiu.


CONDENAÇÃO

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Na última terça-feira (3), Leo Lins foi condenado a oito anos e três meses de prisão pelos crimes do artigo 20 da Lei do Racismo ("praticar e incitar discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional") e do artigo 88 do Estatuto da Pessoa com Deficiência ("discriminação de pessoa em razão de sua deficiência").


Em vídeo de 2022, que teve mais de 3 milhões de visualizações no YouTube, o comediante faz declarações contra negros, idosos, obesos, portadores de HIV, homossexuais, evangélicos, indígenas, nordestinos, judeus e pessoas com deficiência.

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Além da prisão, em regime inicialmente fechado, ele também deve pagar uma multa equivalente a 1.170 salários mínimos (no valor da época em que o show ocorreu) e indenização de R$ 303,6 mil por danos morais coletivos. Cabe recurso à sentença.


Na decisão, a Justiça entendeu que "no caso de confronto entre o preceito fundamental de liberdade de expressão e os princípios da dignidade da pessoa humana e da igualdade jurídica, devem prevalecer os últimos". O processo corre na 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo.

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POLÊMICA


A condenação vem dividindo opiniões de humoristas, atores e demais artistas. Danilo Gentili, Antonio Tabet e Maurício Meirelles defenderam o direito de Leo Lins a fazer a piada que quiser.

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Já Pedro Cardoso e a humorista Bruna Braga acreditam que ele deve ser punido pelas declarações discriminatórias. Em publicação nas redes sociais, Pedro Cardoso questionou justamente a afirmação de que o humorista de stand-up seria um personagem.


Segundo ele, no gênero, o comediante pode "prescindir de representar um personagem e falar na sua primeira pessoa, mantendo-se, entretanto, protegido pois tudo seria ficção."

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MUDANÇA DE OPINIÕES


Existem casos de artistas que saíram em defesa do comediante, mas tiveram sua opinião polemizada e apagaram seus comentários. Um exemplo é Marcos Mion, que se envolveu em uma polêmica nas redes sociais nesta quinta-feira (5), ao sair em defesa de Léo Lins.


Em um texto publicado no Instagram, o apresentador da Globo reconheceu que discorda do tipo de humor praticado por Lins, mas ponderou que censurá-lo não seria a melhor solução. Após a repercussão, Mion apagou a postagem.


"Censura nunca é boa, independentemente do contexto", escreveu o apresentador em nova publicação, feita após a repercussão negativa. Ele afirmou que sua intenção era criticar o cerceamento da liberdade artística, mesmo quando os conteúdos sejam, segundo suas próprias palavras, "absurdos".


Na postagem original, Mion relembrou que Léo Lins começou na televisão como redator do programa Legendários, exibido pela Record. "Eu adorava seus textos, suas ideias. Ele escrevia bases muito boas para as minhas análises de programas e novelas", disse.


Apesar do elogio profissional, o apresentador disse não compactuar com o estilo atual do humorista. "Dentro da sua enorme capacidade e genialidade, ele optou pelo caminho do humor ofensivo, do escárnio, do choque e da absoluta falta de respeito. Eu não gosto e não respeito esse tipo de humor. Mas ele existe."


O global também contou que já teve desentendimentos com Léo Lins no passado, inclusive envolvendo piadas sobre autismo, tema sensível para Mion, que é pai de uma criança autista. "O que ele escreve é m*rda e já falei isso brigando com ele nas redes", reforçou. Ainda assim, ele afirmou que não considera apropriado que o humorista seja alvo de censura, a menos que suas falas de fato configurem crime.


No novo texto, publicado após deletar o anterior, Mion tentou esclarecer seu posicionamento. "Escrevi que discordo e não respeito o que ele faz. Em nenhum momento falei que esses absurdos são a genialidade dele. Isso que defendi: que censura nunca é boa. Mas eu não conheço todos os textos dele. Se configuram crime, como escrevi, foi a escolha dele."


A tentativa de Mion de fazer um equilíbrio entre liberdade de expressão e responsabilidade repercutiu entre os seguidores. Enquanto alguns elogiaram sua coragem, outros apontaram contradição em defender alguém cujo humor ele próprio rejeita.


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