O presidente Luiz Inácio Lula da Silva evitou hoje dizer taxativamente que vai vetar o reajuste dos aposentados acima dos 7% acertado com os líderes governistas. Disse que vai esperar a decisão final do Senado e avaliou que a "Câmara cumpriu o seu papel". E acrescentou: "O presidente também cumprirá o seu papel".
Questionado sobre se os deputados haviam tomada uma decisão eleitoreira, Lula disse: "Isso fica por conta da interpretação de cada um de vocês (jornalistas). Mas não vejo necessidade de, neste momento excepcional que o Brasil está vivendo, a agente fazer qualquer espécie de loucura em qualquer área".
Lula disse que ele, assim "como todo mundo", também tem "apreço pelos aposentados". Admitiu que "no ano eleitoral, o apreço aumenta de forma extraordinária".
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A candidata do governo à sucessão presidencial, Dilma Rousseff, comentou a votação no twitter. "A imprensa me pergunta o que o presidente Lula deve fazer em relação ao aumento dos aposentados. O presidente tem um forte compromisso social", disse Dilma. E acrescentou: "Lula tem compromisso com os trabalhadores e aposentados que deram seu trabalho pelo Brasil. Tenho certeza de que ele decidirá de forma equilibrada."
O chefe de gabinete pessoal da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse esta noite, que não é por causa de um possível desgaste eleitoral que Lula deixaria de vetar um aumento maior que o previsto pelo governo. "Veto sempre pode ser um desgaste (eleitoral). Mas a gente já enfrentou desgaste em 2006. Não é por causa de desgaste que o presidente vai deixar bombas para o seu sucessor", disse Carvalho ao chegar para a inauguração das novas instalações da TV e rádio Canção Nova, acompanhando Dilma.
Segundo o chefe de gabinete, Lula está absolutamente tranquilo e passou o dia acalmando o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que é o articulador político do governo. Carvalho contou que Lula disse a Padilha para ter calma e que o governo vai "enfrentar isso com bom humor".