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Giro por 4 países

Lula inicia viagens de despedida pela América Latina

BBC Brasil
21 fev 2010 às 09:37

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O roteiro da viagem começa pela cidade de Cancún, no México, onde o presidente participa, até terça-feira, da 2ª Cúpula da América Latina e do Caribe - José Cruz/ABr
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Em seu último ano de mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dá início, neste domingo (21), a uma viagem de sete dias por quatro países da América Latina - México, Cuba, Haiti e El Salvador - inaugurando um ciclo de despedidas que deve durar até agosto.

De acordo com o Palácio do Planalto, os países visitados são representativos da diplomacia brasileira para a região.

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"O presidente tem escolhido muito bem as viagens que fará neste ano", disse o porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach, citando Cuba como exemplo de um país que é "prioridade da nossa política externa".

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O argumento também se aplica ao Haiti, país que antes mesmo do terremoto do mês passado já era alvo das pretensões da diplomacia brasileira na América Latina.

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Em El Salvador, Lula tem encontro marcado com o presidente Maurício Funes, considerado por muitos como um "discípulo" do presidente brasileiro - e que mantém, inclusive, uma forte ligação com o Partido dos Trabalhadores (PT).


Cúpula

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O roteiro da viagem começa pela cidade de Cancún, no México, onde o presidente Lula participa, até terça-feira, da 2ª Cúpula da América Latina e do Caribe, um fórum de chefes de Estado criado em 2008 como uma tentativa de integrar os países da região sem a participação de Estados Unidos e Canadá.


A expectativa é de que o principal assunto do encontro seja a reintegração de Honduras à Organização dos Estados Americanos (OEA).

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Segundo diplomatas ouvidos pela BBC Brasil, o governo brasileiro estaria disposto a reconhecer o governo de Porfírio Pepe Lobo, mas "com condições".


Lobo foi eleito em novembro passado após um período de cinco meses em que o então presidente, Manuel Zelaya, foi deposto do cargo e exilado (ele retornou clandestinamente depois e ficou abrigado na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa até o dia da posse de Lobo).

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O governo brasileiro argumenta que o reconhecimento "automático" do governo Lobo seria um "mau exemplo" em uma região com histórico de instabilidade política.


De acordo com um diplomata, a idéia é aproveitar a reunião de chefes de estado em Cancún para "sugerir" ajustes no processo político de Honduras, entre eles a instauração de uma comissão da verdade que investigue os fatos ocorridos durante a crise.

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Segundo essa mesma fonte, a sugestão brasileira deverá encontrar "obstáculos", já que alguns países da América Central, como Costa Rica e El Salvador, têm interesse em restabelecer "imediatamente" as relações com Tegucigalpa.


"São países que têm suas econômicas diretamente ligadas à hondurenha e não podem se dar ao luxo de esperar que essas condições sejam implementadas", diz o diplomata.

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Investimentos


Na terça-feira, o presidente parte para Cuba, onde deverá anunciar uma segunda parcela de investimentos na construção do porto de Mariel, no valor de US$ 300 milhões. Outros US$ 150 milhões já foram desembolsados.


Segundo dados da Presidência, durante a gestão do presidente Lula foram investidos US$ 1 bilhão na ilha. "Cuba é uma espécie de emblema daquilo que se quer mudar na relação hemisférica", disse à BBC Brasil uma fonte do Palácio do Planalto.


Existe também a expectativa de que novos investimentos no Haiti sejam anunciados durante a visita do presidente ao país, na quinta-feira.


Em janeiro, o governo brasileiro aprovou a liberação de US$ 375 milhões ao país caribenho, sendo a maior parte para reforçar o orçamento da operação militar.

Já em El Salvador, onde fica de quinta-feira até sábado, o presidente brasileiro deverá detalhar, com Funes, o financiamento já anunciado pelo BNDES para renovação da frota de ônibus do país, no valor de US$ 300 milhões.


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