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Primeira delas

Mãe de menina morta por jet ski fala em audiência

Agência Estado
22 ago 2012 às 19:56

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A mãe de Grazielly Almeida Lames, de 3 anos, atropelada por uma moto aquática no sábado de Carnaval, na praia de Guaratuba, em Bertioga, foi ouvida nesta quarta-feira, 22, na primeira audiência realizada no Fórum de Bertioga. Mais 18 pessoas também foram arroladas como testemunhas. Cirleide Rodrigues Lames prestou seu depoimento e deixou o local logo em seguida, afirmando que não teria condições de ouvir os outros relatos.

De acordo com o advogado da família, José Beraldo, a mãe de Grazielly faz tratamento psicológico e vem sendo preservada de fortes emoções. Cirleide não quis dar entrevistas para as emissoras de televisão que acompanharam a audiência, mas falou sobre o caso. Ela revelou que até agora, os familiares do adolescente de 13 anos, que estava pilotando o jet ski, não procuraram a sua família "para prestar solidariedade". Ela disse que até hoje, as cenas do acidente não saem da sua cabeça.

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Cirleide estava junto com a filha, que pela primeira vez frequentava uma praia. A família mora na cidade de Arthur Nogueira, interior do estado, e a viagem de Carnaval era considerada um sonho para apequena Grazielly. Em um vídeo feito pela família, pouco antes do acidente, ela agradecia à avó pelo passeio, que foi um presente. A menina chegou a ser socorrida e levada em uma helicóptero da Polícia Militar até o Hospital Municipal de Bertioga, mas não resistiu aos ferimentos.

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Após o resultado da perícia efetuada pelo Instituto de Criminalística, a Polícia indiciou por homicídio culposo (sem intenção de matar), o proprietário do equipamento e padrinho do adolescente de 13 anos que deu a partida na embarcação, José Augusto Cardoso Filho; o caseiro da residência, Elivaldo Francisco de Moura, que teria ajudado o menino a levar o jet ski até a praia; o dono da marina onde a moto aquática estava abrigada, Thiago Veloso e o mecânico Aílton Bispo de Oliveira, que não teria feito a manutenção adequada do veículo, que apresentava alto nível de oxidação de algumas peças, o que teria redundado na alta velocidade, mesmo sem estar sendo pilotada, quando atingiu Grazielly.

Os dois adolescentes poderão ser submetidos a medidas socioeducativas, de acordo com o Estatuto de Criança e do Adolescente, a critério do Ministério Público. Os quatro indiciados, de acordo com o delegado Rony Oliviera, que presidiu o inquérito, contribuíram de maneira incisiva para o acidente, uma vez que o jet ski passou por manutenção dois dias antes do acidente, na quinta-feira que antecedeu o Carnaval a pedido do proprietário e que, segundo avaliou a perícia, não fizeram a revisão correta. O padrinho do adolescente também foi indiciado, porque permitiu que o rapaz pilotasse a embarcação, sendo menor de idade e sem habilitação. Já o caseiro, embora tivesse negado que ajudou a levar o equipamento até a água, caiu em contradição, diante da declaração de inúmeras testemunhas que presenciaram toda a ação.


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