Manifestações pedindo um "apagão dos apps" tomou conta das redes sociais nesta sexta-feira (23) e chegou a ser o assunto mais comentado no Twitter. O propósito é que os brasileiros deixem de pedir comidas, bebidas e outros produtos pelos aplicativos de entrega por um dia, em prol de melhores condições e reconhecimento dos trabalhadores como colaboradores de grandes empresas de delivery.
Um movimento similar aconteceu há um ano atrás, quando motoristas de aplicativo pedindo mais direitos e seguranças em suas corridas. Desde então, praticamente nada mudou. O perfil do twitter "Apagão dos Apps" explica que essas empresas gastaram milhões de reais em propagandas para a TV e para o digital, aproveitando-se da pauta para criar novos slogans, como "Viver é uma entrega".
Paulo Lima, mais conhecido como Galo de Luta nas redes sociais, viralizou ao relatar como é entregar comida com a barriga vazia. Em entrevista ao podcast de Monique Evelle, o entregador explica que este tipo de trabalha está longe de ser empreendedorismo: "O que que tem de empreendedorismo nisso? Carregar comida nas costas de barriga vazia para cima e para baixo (...) Foi contada uma mentira para a gente não enxergar aquilo que a gente realmente é. Houve um processo de fazer o trabalhador se sentir feio e não se enxergar como trabalhador", explica.
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Vamo pra cima.
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O movimento ainda pede que todos deem notas baixas nas lojas de aplicativo (AppStore e Play Store) e façam comentários nas redes sociais contra a precarização do trabalho em um dia que ainda será definido.
Nas redes sociais, perfis como do Guilherme Boulos, Federação Única Petroleira, o PC do B e Psol apoiam o movimento. Os aplicativos de entregas iFood, Rappi e Uber Eats, que são os mais cobrados na manifestação, ainda não se pronunciaram publicamente.
*Com informações de Tab Uol
*Sob supervisão de Fernanda Circhia