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Na ONU, governo brasileiro diz que intervenção no Rio é 'medida excepcional'

Agência Estado
08 mar 2018 às 08:00

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- Tânia Rêgo/Agência Brasil
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O governo brasileiro deu garantias nesta quinta-feira, 8, na ONU de que a intervenção federal no Rio de Janeiro é uma "medida excepcional" e indicou que a luta contra o crime faz parte da proteção dos direitos humanos. O discurso do Itamaraty diante do Conselho de Direitos Humanos da ONU foi uma resposta às críticas feitas pela cúpula da entidade.

Na quarta-feira, 7, o alto comissário da ONU para Direitos Humanos, Zeid Al Hussein, criticou a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro decretada pelo presidente Michel Temer. Em seu informe anual entregue ao Conselho de Direitos Humanos, o chefe da pasta na ONU alertou que as Forças Armadas não são especializadas em segurança pública.

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"A luta contra crime e promoção de segurança pública, além de serem prioridades para o governo, são instrumentos indispensáveis para a proteção efetiva dos direitos humanos", disse a embaixadora do Brasil na ONU, Maria Nazareth Farani Azevedo.

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"A intervenção federal na segurança pública no Rio de Janeiro é uma medida excepcional e está de acordo com a nossa Constituição, foi autorizada pelo Congresso e tem o consentimento do governo estadual", explicou.

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Segundo ela, um observatório foi criado e vai "monitorar o respeito total pelos direitos humanos pelas forças de segurança no Rio". A embaixadora também garantiu que a sociedade civil fará parte desse observatório.


Na quarta-feira, Zeid deixou claro sua crítica em relação à situação no Brasil. "Estou preocupado com a adoção recente de um decreto que da às Forças Armadas a autoridade de lutar contra o crime no Estado do Rio de Janeiro e coloca a polícia sobre o comando do Exército", disse Zeid. "As Forças Armadas não são especializadas em segurança pública ou investigação", declarou.

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Zeid ainda criticou os comentários do comandante do Exército, General Eduardo Villas Bôas, de que militares necessitariam de garantias para agir no âmbito da intervenção "sem o risco de surgir uma nova Comissão da Verdade".


"Deploro o pedido de oficiais de alta patente do exército para a adoção de medidas que teriam o efeito de uma anistia preventiva para qualquer tropa que cometa violações de direitos humanos", criticou. O governo brasileiro não respondeu a esta declaração.

"Peço ao governo que garanta que medidas de segurança respeitem os padrões de direitos humanos e medidas efetivas sejam tomadas para prevenir uma filtragem racial e uma criminalização dos pobres", insistiu Zeid.


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