Aos 28 anos, o animador de eventos Júnior Gelinho (que prefere manter a verdadeira identidade em segredo) mede 119 centímetros, pesa 46 quilos e faz shows vestido com diversas fantasias - boa parte delas inspirada em desenhos animados, como Minions e Frozen. Mas foi com um figurino inapropriado para menores de 18 anos que o anão acabou protagonizando um episódio constrangedor para a Polícia Civil de São Paulo. Em um vídeo gravado por celular, Gelinho aparece como "mini gogo-boy", dançando apenas de cueca, meia e sapato, dentro do Departamento de Narcóticos (Denarc).
O episódio aconteceu na semana passada, durante a comemoração do aniversário de uma escrivã, mas só ganhou repercussão depois que as imagens, feitas pelos próprios policiais e investigadores, vazaram na internet. Para Gelinho, o caso tomou proporções desnecessárias. "Não existe conotação sexual. Qual a ideia do anão gogo-boy? É ser uma coisa cômica, algo engraçado. Não tem nada voltado para o sensual", afirma.
No vídeo de pouco mais de um minuto, o anão faz um strip-tease, em que tira a camisa, a calça e depois senta no colo da escrivã. "Não uso sunga, como os gogo-boys: é uma cuequinha de elefantinho. Não tem nada de sensual, não tem nada de abuso sexual", diz. Ele ainda interage com um delegado que participava da festa e recebe uma apalpada no bumbum. "Mesmo sendo hétero, brinco com os homens, sento no colo, faço o homem bater na minha bunda. É tudo voltado para a brincadeira."
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A apresentação durou cerca de 20 minutos e Gelinho não revela quanto recebeu pela apresentação. Apesar de uma caixa de papelão guardando latas de cerveja aparecer no vídeo, Gelinho afirma que não viu ninguém beber. "Eu sempre entro no final da apresentação como 'tequileiro', mas nem teve a brincadeira porque não tinha bebida", diz.
Segundo conta, só soube que dançaria dentro de uma delegacia quando chegou ao local acompanhado de um produtor da Tele Happy, onde trabalha há seis anos com eventos. Mesmo depois de descobrir que se apresentaria para policiais, não pensou em desistir. "Não foi nenhum policial que contratou, foi uma amiga da escrivã que ligou para a agência, porque ela tinha medo de anão", diz. O animador afirma não saber o nome da contratante.
Questionado se voltaria a se apresentar em uma delegacia, mesmo após a polêmica em que se viu envolvido, Gelinho respondeu: "Faria mais dez vezes, se tivesse". Ele também espera que a repercussão do caso impulsione a procura pelo seu trabalho. "Tomara que aumente, que aí eu trabalho muito mais", diz.
Nem todos, no entanto, consideram o episódio cômico. O caso tornou-se alvo de investigação da Corregedoria da Polícia Civil e também recebeu a reprovação do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e do secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes.