Ontem, dia 25 de julho, foi um dia dedicado à Mulher Negra, só que a data é lembrada por poucos, e criticada por muitos. Indagações a exemplo de: ‘já não existe um dia da mulher, então para que ter um dia para a mulher negra?’ são muito comuns. E é verdade. Existe um dia que foi separado mundialmente para celebrar a mulher. Dia necessário, haja vista se tratar de pessoas que nada têm de frágil, mas no decorrer da história, a história das mulheres é permeada de episódios que vão desde desigualdades de todos os âmbitos até a dolorosa agressão. Daí ter um dia para que elas sejam especialmente lembradas. Quando o assunto envolve a mulher negra, mais ainda se faz necessária, no mínimo, uma reflexão sobre as implicações negativas que, para muitas, a cor da pele acarreta. Quando voltamos ao tempo e refletimos sobre o período escravocrata, deparamo-nos com duas ideias muito agressivas: a primeira diz respeito ao fato de que a mulher negra era vista como capaz apenas de realizar serviços braçais, a doméstica, a faxineira, a cozinheira. A segunda ideia era a de que a mulher negra era objeto sexual. Não importa qual das ideias é pior, o fato é que ambas ainda povoam a mente de pessoas preconceituosas que não conseguem se livrar das amarras de um passado em que o desprezo operava e classificam seres humanos pela cor da pele. Pensemos na mulher negra como herdeira de um povo rico em cultura oral, pleno de um saber popular delicioso de conhecer, cheio de crenças e valores que devem ser respeitados. Agressões verbal e física, feminicídio, violência sexual e de outras naturezas têm índices maiores em mulheres negras. A quem isso importa? A mim e a você, pois somos brasileiros, e como tais fazemos parte de uma nação formada pela mistura do branco, do índio e do negro. Em nossas veias corre sangue misto e nossa cultura, de igual maneira, é formada por essa mistura. Aprendamos a celebrar a mulher negra e a respeitá-la da única forma que ela merece: como ser humano!
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