Uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual do Rio Grande do Norte cumpriu 14 mandados de prisão preventiva contra acusados de integrar uma quadrilha de tráfico de drogas, cujo patrimônio foi estimado em R$ 20 milhões. O inquérito apontou que o grupo também estaria por trás do financiamento da série de ataques ocorridos no Estado entre o fim do mês de julho e início de agosto.
Em entrevista coletiva para divulgar os resultados da operação batizada de Medellin, o secretário-adjunto da Segurança Pública e Defesa Social do Rio Grande do Norte, Caio Bezerra, disse que entre os presos estão lideranças da facção Sindicato do Crime. "Temos elementos concretos que mostram que as pessoas presas hoje ordenaram e financiaram os ataques promovidos no final do mês de julho. Nosso objetivo principal foi alcançado, com a prisão da cúpula da facção criminosa".
Para o delegado-geral de Polícia Civil, José Claiton Pinho de Souza, os líderes da facção foram presos. "Temos certeza de que o núcleo principal foi desmantelado e para eles foi um grande baque. Nós estamos em busca de prender os outros envolvidos", acrescentou.
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Lavagem
A operação tinha como foco também a lavagem de dinheiro e a ocultação de bens supostamente praticadas pelo grupo. Entre os detidos estão dois advogados que davam apoio ao funcionamento da quadrilha; entre os que tiveram a prisão decretada, três pessoas já se encontravam detidas por crimes anteriores. Foram cumpridos ainda 36 mandados de busca e apreensão e 12 de condução coercitiva.
A operação resultou no sequestro de bens, entre eles, 20 veículos de luxo e 17 imóveis de alto padrão que ficam em condomínios de luxo de Parnamirim, segundo informado pela Polícia Civil do Estado. Durante a ação nesta terça foram apreendidos armas, munições, máquina de contar cédulas, além de relógios e joias. A investigação contou com levantamento do patrimônio dos investigados, "notadamente com movimentações financeiras altas sem comprovação de renda e, na maior parte das vezes, com evolução patrimonial injustificada", sustentou o Ministério Público.
"Esse foi um trabalho em silêncio e com eficiência. Hoje é um dia de vitória para a segurança pública do Rio Grande do Norte e de mostrar que o Estado é mais forte do que a criminalidade", disse o governador Robinson Faria.
Ataques
A instalação de bloqueadores de sinal de celular na Penitenciária Estadual de Parnamirim, Grande Natal, desencadeou uma retaliação por parte de detentos ligados à facção denominada Sindicato do Crime RN. Foram 108 ataques em 38 cidades potiguares em menos de duas semanas. A violência só cessou após reforço de tropas das Forças Armadas, que ocuparam a capital, e a prisão de envolvidos com os crimes.