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Após gravações

Partidos pedem investigação, prisão e cassação de Jucá

Agência Estado
25 mai 2016 às 11:19

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- Reprodução
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Ao retornar para o Senado um dia depois de pedir exoneração do Ministério do Planejamento, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) foi alvo de duas representações, uma com pedido de cassação de mandato no Conselho de Ética do Senado e outra de investigação na Procuradoria-Geral da República.

As representações têm como base a gravação na qual o peemedebista conversa com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, e sugere a ele um pacto para estancar as investigações da Lava Jato. A elas se soma a representação feita na segunda-feira, 23, pelo PSOL também na Procuradoria-Geral da República, que pede a prisão do senador peemedebista. Para os autores das três ações, na conversa houve tentativa o senador peemedebista de obstrução das investigações da Operação Lava Jato.

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No Conselho de Ética, o pedido de cassação feito pelo PDT contou com a assinatura do senador Telmário Mota (RR), inimigo político de Jucá em Roraima e com quem o peemedebista passou o dia de ontem trocando insultos públicos de "bandido". No documento de sete páginas, os autores afirmam que "é clara - sem sombra de dúvidas - a intenção do senador denunciado de buscar proteção pessoal e se esquivar do alcance das investigações, mediante um grande acordo".

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O documento diz que o caso de Jucá é semelhante ao de Delcídio Amaral (sem partido-MS), que foi preso e acabou cassado após a divulgação de áudios em que ele foi flagrado articulando para obstruir o trabalho dos investigadores da Lava Jato. A ação contra Delcídio foi relatada por Telmário.

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À Procuradoria, PT, PDT, Rede, PC do B e PPS pedem a instauração de procedimento administrativo para apurar o teor da conversa entre Jucá e Machado. Para os 15 senadores que assinam o pedido, Jucá agiu para obstruir a Lava Jato e buscou influenciar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.


"Pedimos que a PGR dê celeridade a esse processo. A conversa deixa muito claro que ele constrói todo um ambiente para viabilizar o impeachment da senhora presidente e, ao mesmo tempo, para impedir o andamento das investigações pela Lava Jato", disse o senador José Pimentel (PT-CE).

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Jucá esteve na abertura da sessão de ontem do Congresso que apreciou os vetos presidenciais. Ele subiu à tribuna para repetir os argumentos de que na conversa com Machado não fez nenhuma ação para impedir a Lava Jato.
"Falei com ele apenas como senador da República", disse antes de reforçar que não cometeu nenhum ato de "irresponsabilidade".


O ex-ministro disse ainda que encaminhou ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, uma correspondência onde solicita informações sobre possíveis crimes em sua fala com Machado. A fala do peemedebista foi alvo de críticas de parlamentares que fazem oposição ao governo em exercício, como a senadora Vanessa Graziotin (PCdoB-AM) e a deputada Maria do Rosário (PT-RS). Após os questionamentos, Jucá desistiu de permanecer no plenário e seguiu para seu gabinete, de onde disparou telefonemas para senadores aliados. "Não quero atrapalhar as votações de interesse do governo com essa discussão monotemática", disse.

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'Bandido'


Ao saber da representação, Jucá disse que o pedido de sua cassação é uma "brincadeira" e desqualificou os autores. "Qualquer representação é legítima. Agora, se nós formos ver os autores, um dos autores é um bandido, que a mulher está sendo presa hoje, provavelmente, o senador Telmário Mota, porque roubou dinheiro na Assembleia Legislativa para sustentá-lo", disse. Sobre Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, Jucá disse que ele "não merece nenhum tipo de comentário".

Em resposta, Telmário disse que Jucá "vive na bandidagem e acha que todo mundo é bandido igual a ele". Segundo o senador do PDT, os processos contra sua esposa, condenada em segunda instância, ainda não foram encerrados.


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