Três dias após o dramaturgo Mário Bortolotto e o ilustrador Henrique Figueroa, conhecido por Carcarah, serem baleados dentro de um bar do Espaço Parlapatões, na Praça Roosevelt, centro de São Paulo, a polícia não tem pistas do paradeiro nem identificou nenhum dos quatro ladrões que participaram da tentativa do assalto. No sábado pela manhã, algumas horas depois da invasão dos criminosos no espaço, a direção do teatro havia entregue as fitas do circuito interno. As imagens mostram nitidamente a atuação dos suspeitos, principalmente do homem que atirou em Bortolotto, que continua internado em estado grave.
"Investigação não é matemática. Depende de um trabalho minucioso. São Paulo tem 11 milhões de habitantes. Por isso, os suspeitos podem estar na periferia ou já em algum lugar distante da cidade", disse o delegado Francisco Magano, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Uma testemunha afirmou que o grupo teria praticado um assalto no mesmo dia na Rua Augusta. "Vamos prender o grupo. Contamos até com a colaboração das pessoas pelo Disque Denúncia (181)", disse. "Com as imagens, esperamos identificar os ladrões. A imagem do atirador é nítida."
Para o policial, os ladrões haviam planejado o assalto com antecedência. "Eles visavam principalmente aos clientes", diz Magano. No caixa do bar, havia R$ 240. "Todo mundo sabe que a classe que frequenta nosso espaço é muito dura", afirmou um fundador do Parlapatões, o produtor Hugo Possolo.
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Bortolotto não está mais sedado, mas permanece na UTI
O dramaturgo Mário Bortolotto, de 47 anos, permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, na região central da cidade. Segundo boletim divulgado nesta manhã, ele está consciente e com quadro clínico estável. A sedação já foi retirada. O dramaturgo permanece sob efeito de analgésicos, respirando com a ajuda de aparelhos.
Bortolotto foi baleado durante uma tentativa de assalto, sábado, ao bar do Espaço Parlapatões, na Praça Roosevelt, no centro da cidade. Por volta das 14 horas de ontem, o desenhista e músico Henrique de Macedo Figueroa, conhecido como Carcarah, de 30 anos, também baleado durante o assalto, recebeu alta do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.