Policiais civis de Minas Gerais vão cruzar os braços a partir da 0h desta quarta-feira (21). A categoria decidiu aderir ao ato nacional convocado pela Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol) e, durante 24 horas, vai manter apenas escala mínima de 30% nas unidades em Minas. Segundo o Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol-MG), serviços essenciais como rabecão e prisões em flagrante não serão afetados pelo protesto.
Segundo o presidente do Sindpol-MG, Denilson Martins, pela manhã os policiais vão fazer nova assembleia na sede da entidade, no bairro Lagoinha, na região da Pampulha, e devem seguir em passeata até a Praça Sete de Setembro, no centro da capital. Entre as reivindicações da categoria estão a aprovação, pelo Congresso, de projetos como o que prevê a unificação da carreira policial no País.
De acordo com Martins, os policiais "já não toleram mais" o estado em que se encontra a segurança pública brasileira. "Se essas matérias do nosso interesse em Brasília não forem aprovadas pode ter um apagão na segurança pública durante a Copa", alertou.
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Até a tarde desta terça-feira, os policiais federais em Minas ainda não haviam confirmado participação na paralisação nacional por causa da decisão judicial que proíbe a categoria de fazer greve. Já os integrantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros mineiros manterão suas atividades hoje, mas planejam uma manifestação para as 14h de sexta-feira (23), em frente à Assembleia Legislativa de Minas.
Segundo o deputado federal Subtenente Gonzaga (PDT), não há reivindicação salarial no ato, mas sim a "retomada da autoridade policial". "Queremos um caminho mais curto, com a PM participando do ciclo completo, da prisão até encaminhar à Justiça", disse. O deputado cita o assassinato do soldado da PM André Luiz Lucas Neves, de 27 anos, morto ao tentar impedir um assalto na noite de sexta-feira (16), na região da Pampulha, em Belo Horizonte. Um suspeito também morreu no confronto, outro foi preso e um terceiro está foragido.
"O menor que participou do crime já foi apreendido 16 vezes e nunca foi julgado", salientou Gonzaga. Cerca de mil militares fizeram passeata após o enterro de André, no domingo, e representantes da categoria devem ser recebidos por integrantes da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa.