A população do Brasil, que chegou 190,7 milhões de pessoas em 2010, cresce no menor ritmo já registrado (1,12% ao ano) e de maneira desigual pelo território do país, com as maiores taxas concentradas nas regiões Norte e Centro-Oeste.
As informações constam da Sinopse do Censo Demográfico 2010, que contém os primeiros resultados definitivos do último censo e foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a pesquisa, a população brasileira cresceu 12,3% desde 2000, quando havia 169,8 milhões de habitantes no país e chegou a 190.755.799.
Nesse período, seguindo tendência das últimas décadas, a população rural perdeu 2 milhões de pessoas e reduziu sua participação para 15,6% do total. Já a população urbana ganhou 23 milhões membros e hoje representa 84,4% do total dos brasileiros.
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Os dez estados onde a população mais cresceu nos últimos dez anos estão nas regiões Norte e Centro-Oeste. À frente deles, Amapá, Roraima e Acre tiveram crescimento demográfico anual de 3,45%, 3,34% e 2,78%, respectivamente.
Pesquisador da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE, Gabriel Borges disse que o maior crescimento no Norte e no Centro-Oeste reflete em grande medida a migração interna para novas regiões de agronegócio, as chamadas "novas fronteiras agrícolas".
De acordo com ele, a maioria desses migrantes se integrou à população urbana dessas regiões, e não ao campo.
Já as unidades da Federação com menor crescimento demográfico foram o Rio Grande do Sul, com 0,49%, a Bahia, com 0,7%, e o Paraná, com 0,89%.
O censo revela poucas mudanças no ranking das maiores cidades brasileiras: São Paulo segue à frente, com 11,2 milhões de habitantes, seguida pelo Rio de Janeiro (6,3 milhões), por Salvador (2,6 milhões) e Brasília (2 milhões). Logo abaixo, Fortaleza (2,4 milhões) ultrapassou Belo Horizonte (2,3 milhões), e Manaus (1,9 milhão) deixou para trás Curitiba (1,7 milhão). Recife (1,5 milhão) e Porto Alegre (1,4 milhão) completam a lista das dez maiores.
Embora permaneçam à frente, São Paulo e Rio estão entre as quatro capitais que menos cresceram nos últimos dez anos, com incremento populacional médio de 0,76% ao ano. No outro extremo, Palmas e Boa Vista cresceram, respectivamente, 5,21% e 3,55%.
As capitais do Tocantins e de Roraima se enquadram no conjunto de municípios com população entre 100 mil e 500 mil habitantes, grupo que apresentou maior crescimento nos últimos dez anos. Já cidades com 5 mil a 10 mil moradores tiveram perda populacional de 0,97% ao ano.
Para a realização do censo, que serve de parâmetro para políticas públicas e ocorre a cada dez anos, foram visitados 67,6 milhões de domicílios. Os recenseadores não conseguiram fazer a entrevista em 901 mil. Nesses casos, usou-se a metodologia para estimar o número de habitantes.