A Prefeitura de São Paulo determinou ontem intervenção na gestão do Teatro Municipal, que é feita pela organização social Instituto Brasileiro de Gestão Cultural (IBGC). A medida é tomada em meio a uma investigação do Ministério Público Estadual (MPE) sobre o ex-diretor da Fundação Teatro Municipal José Luiz Herencia por suspeita de corrupção, enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro e possível prejuízo de R$ 18 milhões aos cofres públicos.
Em decreto publicado no Diário Oficial da Cidade, Haddad determinou intervenção nos prédios, serviços e bens móveis e imóveis do IBGC ou cedidos pela Prefeitura. A intervenção ficará sob comando de Paulo Dallari, atual diretor do Municipal, pelo prazo de 90 dias.
O objetivo, segundo o decreto, é assegurar a execução da programação de 2016, mantendo a continuidade de atividades artísticas e administrativas, auxiliar os trabalhos da auditoria da Controladoria Geral do Município (CGM) e apoiar a investigação.
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Ontem, a Controladoria, em ação conjunta com o Ministério Público, cumpriu mandado de busca e apreensão na sede do IBGC e na casa do diretor da instituição, William Nacked. Na sede da instituição funciona ainda o Instituto Brasil Leitor. A Controladoria também instaurou sindicância interna.
Uma linha de investigação da Promotoria aponta que Nacked teria usado o Instituto Brasil Leitor para fazer diversos empréstimos fictícios ao IBGC, para depois ser pago com recursos públicos advindos do IBGC. O Brasil Leitor é considerado o segundo maior comprador de livros do País, atrás somente do Ministério da Educação.
Além disso, promotores do Grupo Especial de Combate a Delitos Econômicos, do MPE, e a Controladoria apuraram que representantes de empresas contratadas pela fundação fizeram depósitos em contas de pessoas ligadas a Nacked e Herencia. No início do mês, a Justiça bloqueou os bens de Herencia. O Estado procurou o IBGC, o Instituto Brasil Leitor, Nacked e Herencia, mas não conseguiu localizá-los. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.