O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse hoje (3) que espera receber ainda esta semana a delação premiada do doleiro Alberto Youssef, preso na operação Lava Jato e apontado como um dos operadores do esquema de cartel envolvendo empreiteiras em contratos de obras da Petrobras e no pagamento de propina a funcionários da empresa e a políticos.
"Ainda não chegou às minhas mãos, mas deve chegar nesta semana ainda", disse Janot, que estuda a possibilidade de, após o recebimento, abrir ainda este ano os inquérito relacionados a pessoas com foro privilegiado, "porque junta os dois [com a delação de Paulo Roberto Costa] e a gente tem a visão de contexto, de conjunto, até para definir a estratégia do processamento perante o STF [Supremo Tribunal Federal]", completou.
Janot confirmou ter sido procurado por advogados de executivos de empreiteiras, presos na sétima fase da Lava Jato, que trataram sobre a possibilidade de eventual acordo para abrandar penas dos executivos. Eles propuseram colaboração nas investigações, vinculada à suspensão de sanções aos executivos. As penalizações, como pagamento de multas, impedimento de participar de licitações, entre outras, recairiam sobre as empresas.
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Na avaliação de Janot, um acordo para diminuir as penas só seria possível caso os diretores assumam culpa nos crimes, mas ressaltou que a decisão deveria ser tomada na primeira instância, pelos procuradores que atuam na força-tarefa da Lava Jato (Polícia Federal e Ministério Público Federal) no Paraná. "Primeiro que o acordo eventual, ele deve ser feito junto à força-tarefa, que são os colegas que atuam em primeiro grau. Segundo - aí é minha opinião, não sei a deles -, é que acho muito difícil a possibilidade de um acordo em que as pessoas físicas dessas empresas não assumam a culpa pelos atos ilícitos que estão sendo investigados", destacou.