Três propostas que acabam com o horário de verão em todo o Brasil tramitam na Câmara dos Deputados. De autoria de Mário de Oliveira (PSC-MG), Armando Abílio (PTB-PB) e Valdir Colatto (PMDB-SC), os projetos de lei – 5066/09, 2540/07 e 397/07, respectivamente – precisam ser analisados em caráter conclusivo pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Minas e Energia; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. As informações são da Agência Câmara de Notícias.
Um dos parlamentares que propôs a modificação, Colatto (PMDB-SC) argumenta que não foi comprovada vantagem técnica no horário de verão. Ele avalia que a energia não consumida nesse período simplesmente se perde. "Não ouço relatos de que a fatura de energia fica mais barata durante o horário de verão. Ao contrário, as pessoas acordam ainda no escuro e começam a consumir energia mais cedo".
Ele defende que a alteração do horário traz prejuízos ao metabolismo humano, prejudica a saúde do trabalhador e as atividades de quem vive no campo. "Se a questão é poupar energia, há outras formas de atingir resultados melhores, como campanhas para incentivar o uso consciente da eletricidade e de aparelhos mais econômicos".
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Já o deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) é favorável à medida, pois, segundo ele, a economia gerada é representativa e, quando se adiantam os ponteiros em uma hora, é possível aproveitar melhor o período de sol. Ele ressaltou ainda que a mudança não traz grandes prejuízos ao trabalhador. "Quem perde mais são os estudantes, que têm de levantar mais cedo, ainda no escuro". Marquezelli defende que o horário seja estendido a todo o Brasil.
Horário de verão
Desde a zero hora de hoje (17), os relógios devem ser adiantados em uma hora. Desde 2008, com a edição do Decreto 6.558, ficou determinado que o horário de verão começa no terceiro domingo de outubro e se prolonga até o terceiro domingo de fevereiro do ano seguinte, segundo informações da agência. Esta será a 37ª vez que a medida será implantada no país. O horário diferenciado vale para as regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste.
O Ministério de Minas e Energia espera reduzir a demanda no horário de maior consumo em torno de 5%, o que corresponde a uma redução de 62% no consumo de uma cidade do tamanho do Rio de Janeiro, ou duas vezes a demanda máxima de Brasília, nos horários de maior consumo (das 18 às 21 horas). A redução total no país deve ser de 0,5%, o equivalente a 10% do consumo mensal de Vitória (ES) ou de Porto Alegre (RS).