Nova versão da reforma do Código Florestal apresentada nesta quarta-feira (26) no Senado prevê o desconto no Imposto de Renda de gastos com a recomposição de vegetação nativa nas propriedades rurais do País. A medida faz parte de um pacote de incentivos para recuperar parte dos 870 mil quilômetros quadrados de áreas protegidas, que terá de ser enviado pelo governo ao Congresso no prazo de seis meses.
Os incentivos, como linhas de financiamento especiais e descontos no Imposto Territorial Rural, só valerão para os proprietários rurais que se comprometerem a seguir as regras de proteção do meio ambiente, diz o relatório do senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC). A votação do texto nas comissões de Ciência e Tecnologia e Agricultura está prevista para 8 de novembro.
O relator argumenta que avançou o máximo no acordo possível em matéria que opõe ambientalistas e ruralistas no Congresso. Luiz Henrique destaca que fez um texto "sancionável pela senhora presidente da República". Dilma Rousseff havia ameaçado vetar o texto aprovado em maio na Câmara, sobretudo pela brecha a novos cortes de vegetação nativa e pelo tamanho da anistia a desmatadores. O relator prevê ainda que a União e os Estados façam um inventário das florestas existentes em imóveis privados e terras públicas. O inventário não tem prazo para ser concluído. Luiz Henrique acredita que funcionará como um "Renavam da madeira", numa alusão ao cadastro nacional de veículos.
Leia mais:
Com sorteio nesta quinta, Mega-Sena tem prêmio estimado em R$ 3,5 milhões
Trabalho de casa e filhos afastam jovens negras do emprego e do estudo
Ganhador da Mega-Sena morre menos de um mês após resgatar prêmio de R$ 201 milhões
Prazo para envio de títulos no CNU termina nesta quinta-feira (5); veja próximos passos
As principais reivindicações apresentadas pelo governo foram atendidas, como a obrigação da autoridade ambiental de embargar a produção em imóveis rurais desmatados ilegalmente. Também está mantida como competência da União fixar as linhas gerais para os Programas de Regularização Ambiental, que os Estados poderão detalhar. A regra impedirá que Estados estabeleçam seus porcentuais de proteção do meio ambiente, como aconteceu em Santa Catarina quando Luiz Henrique da Silveira era governador do Estado. Na ocasião, as margens de rios tiveram a proteção reduzida de 30 metros para 5 metros.
Passivo
Avaliação com base em cálculo do passivo ambiental acumulado no País sob o Código em vigor aponta que 150 mil km² não precisarão ser recuperados. Isso equivale a cem vezes o tamanho da cidade de São Paulo. O relatório libera a recuperação em áreas de reserva legal desmatadas até quatro módulos fiscais, medida que varia de acordo com o município.
As áreas de preservação permanente às margens de rios ocupadas por atividades de agricultura e pecuária não precisarão ser integralmente recuperadas. Em rios de até 10 metros, a recuperação é de metade dos 30 metros de vegetação nativa exigida como regra geral. Em casos de atividade de baixo impacto ambiental, interesse econômico e utilidade pública, a supressão da vegetação é autorizada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.