Laudos e depoimentos de peritos decidirão o destino do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá. É em torno da chamada "prova técnica" que se dará a disputa entre a defesa e a acusação no caso Isabella, cujo julgamento começa amanhã. Nem podia ser de outra forma, pois não há testemunha presencial nem confissão no mais rumoroso crime da década, a morte da menina, atirada do 6º andar, em 29 de março de 2008, em São Paulo.
Cerca de 6 mil pessoas se inscreveram para uma das 57 vagas reservadas ao público na 2ª Vara do Júri de São Paulo, no Fórum de Santana, zona norte. Defesa e acusação concordam que a capacidade dos sete jurados de compreender laudos e exames sofisticados será decisiva para o veredicto do julgamento.
A defesa do casal não contestará fatos como as manchas de sangue no apartamento e a falta de sinais de arrombamento. Ela se concentrará nas interpretações desenvolvidas pelos peritos da Polícia Civil. "Talvez não possa demonstrar a inocência deles, embora acredite nela, mas não se pode, da mesma maneira, ter certeza da culpa do casal", afirmou o criminalista Roberto Podval, defensor dos Nardonis. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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Pai de Nardoni confia na inocência de filho e nora
Às vésperas do julgamento de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, acusados pela morte de Isabella, em 29 de março de 2008, o advogado tributarista Antônio Nardoni, pai de Alexandre, se diz injustiçado. "Não se procura mais justiça. Agora, o que estão querendo é vingança", afirma. "Em nosso sistema judicial, alguém tem de pagar a conta. É isso que o Ministério Público e a polícia estão tentando fazer", disse o advogado, que elaborou dossiê destacando o que considera problemas no inquérito.
Ele alega "confiança total" na inocência dos dois. Segundo ele, não existem provas concretas contra o filho e a nora. "Não há laudo que os comprometa."
Nardoni aponta uma terceira pessoa como maior possibilidade para a autoria do crime e diz que a defesa vai demonstrar contradições da acusação. "Foi encontrada uma camiseta com sangue, mas nunca comprovaram de quem é o sangue. De quem é? E a camiseta? Não se pode descartar uma terceira pessoa", afirmou. "Há marca de mão de criança numa parede no apartamento, que só pode ser de Isabella, e isso quebra a tese da acusação de que ela entrou no apartamento desacordada. A Justiça não pode condenar sem completa convicção dos fatos. Pelo menos é o que esperamos."
Ele questiona também a condução do inquérito. "Como vamos confiar que o inquérito foi levado de forma imparcial, se a primeira delegada a atender o caso é amiga pessoal da maior acusadora, a Ana Carolina de Oliveira (mãe de Isabella). Difícil pedir que haja uma decisão imparcial", afirma ele, que divide a guarda dos outros dois netos, de 5 e 2 anos, com a família Jatobá. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.