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Assassinada no RJ

Raquel Dodge avalia pedir federalização de investigação da morte de Marielle

Agência Estado
15 mar 2018 às 16:52

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- Divulgação
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A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, avalia a possibilidade de pedir a federalização das investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Pedro Gomes, no Rio de Janeiro. Raquel determinou na manhã desta quinta-feira (15), a instauração de procedimento instrutório de eventual Incidente de Deslocamento de Competência.

Raquel ainda solicitou à Polícia Federal (PF) que adote diligências de investigação necessárias.

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Marielle foi morta a tiros na noite desta quarta-feira (14), dentro do carro em que seguia para casa. O ataque à vereadora aconteceu na rua Joaquim Palhares, no centro do Rio de Janeiro. A vereadora voltava de um evento na Lapa, na mesma região, quando foi atingida. Os criminosos conseguiram fugir.

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A instauração é a etapa inicial. Caso o pedido seja aprovado, ele será encaminhado ao STJ (Supremo Tribunal de Justiça), responsável pela autorização. Caso o STJ dê aval para o eventual pedido de federalização solicitado por Raquel, o caso deixará a Justiça comum do Rio de Janeiro e ficará sob a responsabilidade dos órgãos que envolvem a esfera federal, como PF, o Ministério Público Federal e a Justiça. Não há prazo determinado para que o pedido seja oficializado nem para uma possível autorização do STJ.

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Pedidos de federalização são feitos apenas em casos específicos, como graves violações de direitos humanos e quando há a possibilidade de haver envolvimento da polícia em determinados crimes.


A procuradora-geral expressou integral apoio ao trabalho dos membros do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, na pessoa do procurador-geral de Justiça Eduardo Gussen. Foram designados a secretária de Direitos Humanos do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), Ivana Farina, o secretário de Relações Institucionais do Conselho, Nedens Ulisses, e o secretário de Direitos Humanos da PGR, André de Carvalho Ramos. Eles se reunirão com Gussen e autoridades do Estado para acompanharem o início das investigações.

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O caso


O assassinato da vereadora na noite desta quarta-feira pode estar ligado à sua militância política. Nascida no Complexo da Maré, conjunto de favelas da zona norte do Rio de Janeiro, Marielle, de 38 anos, tinha sua atuação pautada pela defesa de negros e pobres e denunciava a violência contra essa população.


Há oito dias, Marielle, que acompanhava na condição de vereadora a intervenção federal, como forma de coibir abusos das Forças Armadas e da polícia a moradores de comunidades, recebeu denúncias envolvendo PMs que patrulham a Favela de Acari, na zona norte do Rio.

Moradores contaram, na primeira reunião do Observatório da Intervenção, no Cesec (Centro de Estudos de Segurança e Cidadania), da Universidade Candido Mendes, que dois homens foram assassinados por policiais e tiveram os corpos jogados num valão. Segundo estes moradores, a PM vem se sentindo "com licença para matar" por conta da intervenção.


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