Nomeado depois da demissão de Lina Vieira do comando da Receita Federal, o secretário interino, Otacílio Cartaxo, também está na linha de tiro. Ele é investigado pelo Ministério Público Federal (MPF).
Em 2006, Cartaxo caiu numa operação pente-fino realizada na própria Receita para localizar auditores com indícios de patrimônio incompatível com a renda. Houve uma auditoria e o processo foi arquivado. Este ano, o MPF reabriu o caso porque desconfia dos resultados da investigação da Corregedoria da Receita. O processo corre em segredo de Justiça.
Segundo homem na hierarquia do Fisco, Cartaxo foi nomeado para contornar a rebelião dos superintendentes regionais contra a saída de Lina. Auditores ligados ao movimento sindical tentam manter o interino por mais tempo, embora no Ministério da Fazenda comente-se abertamente que o ministro Guido Mantega deseja o atual presidente do INSS, Valdir Simão, no comando.
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Cartaxo caiu na malha da Receita por dois motivos principais. Primeiro, pela presença de grandes somas de dinheiro em casa. Em suas declarações anuais de renda, o secretário afirmava guardar dinheiro vivo na residência pelo menos desde 2000. Eram sempre quantias na casa dos R$ 100 mil. Chegou a ter R$ 155 mil "no cofre" em 2002 e R$ 127 mil em 2003. O outro ponto que despertou suspeitas foi o volume de doações de dinheiro entre Cartaxo e sua família. O secretário recebeu ou doou somas expressivas, superiores ao salário total no ano. Muito dinheiro em espécie e doações de altas somas são considerados indícios, mas sozinhos não provam nada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.