Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Colapso

Sem espaço para enterrar pacientes da Covid-19, Manaus empilha caixões

Ana Luiza Albuquerque - Folhapress
28 abr 2020 às 09:35
- Divulgação/Prefeitura de Manaus
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

Diante do colapso no sistema de saúde e de uma explosão no número de enterros, a Prefeitura de Manaus está empilhando caixões em uma vala comum para poder dar conta de todos os sepultamentos das pessoas que morreram em decorrência do novo coronavírus.

Há uma semana, a prefeitura passou a enterrar os corpos um ao lado do outro, em uma vala comum no cemitério Nossa Senhora Aparecida, no bairro Tarumã.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


Desde então, o número de mortes continuou a aumentar, e a prefeitura decidiu abrir uma cova mais funda para permitir o sepultamento em camadas, ou seja, o empilhamento dos caixões.

Leia mais:

Imagem de destaque
Entenda

Veto a procedimento de aborto legal já afeta atendimentos a meninas estupradas

Imagem de destaque
Naturismo

Conheça as principais praias de nudismo do Brasil e do mundo

Imagem de destaque
Recorde de mortes em um ano

Brasil tem média de 11 mortes por dia por dengue em 2024

Imagem de destaque
Recurso negado

Justiça mantém condenação de 50 anos a ex-deputada Flordelis


Antes da pandemia, o cemitério realizava cerca de 30 enterros por dia. Na última semana, esse número triplicou e, neste domingo (26), chegou ao pico, com 142 sepultamentos. A prefeitura projeta que mais de 4.000 pessoas devem ser enterradas no mês de maio.

Publicidade


Vídeos que circulam nas redes sociais mostram familiares criticando e questionando a necessidade de empilhamento dos caixões.


"O espaço que tem para enterrar é esse. Acabou esse espaço, não vai ter para enterrar mais ninguém", diz um policial militar a familiares das pessoas mortas por Covid-19 em uma gravação.

Publicidade


Em outro vídeo, uma pessoa mostra uma cova funda e diz: "Essa aqui é a vala que eles vão enterrar três, um em cima do outro".


Para tentar reduzir o número de sepultamentos, a Prefeitura está arcando com os custos da cremação dos corpos, para famílias que estejam de acordo com essa alternativa.

Publicidade


No sábado (25), jornalistas foram barrados de entrar no cemitério. O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), restringiu o acesso da imprensa ao cemitério após reportagem da Folha de S. Paulo mostrar aglomeração de familiares e coveiros sem EPI (equipamentos de proteção individual) em enterros de pessoas que morreram por Covid-19, contrariando orientação do Ministério da Saúde.


Na terça-feira (21), em meio à explosão no número de enterros, a prefeitura de Manaus proibiu a entrada de jornalistas nos cemitérios municipais alegando "consecutivos conflitos entre familiares e a imprensa". Nesse mesmo dia, passou a enterrar os pacientes de Covid-19 numa vala comum.

Publicidade


As primeiras imagens dos enterros coletivos, que rodaram o mundo, foram feitas pelos próprios familiares. Alguns fotógrafos furaram o bloqueio, e outros usaram drones.


Na quinta-feira (23), após negociação com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Amazonas, a prefeitura limitou a presença da imprensa das 9h às 11h, de segunda a sexta-feira. Além disso, apenas cinegrafistas e fotógrafos têm permissão para entrar no cemitério Nossa Senhora Aparecida.


Em novo comunicado, a prefeitura comandada por Virgílio Neto disse que a decisão foi "pautada pela ética e pelo jornalismo cívico, voltado ao interesse do cidadão" e voltou a dizer que o motivo da restrição ocorreu "por conta de conflitos registrados entre os profissionais e os familiares".

Com todos os leitos públicos de UTI ocupados, o Amazonas já contabilizou 3.928 casos confirmados do novo coronavírus e 320 mortes em decorrência da Covid-19. Manaus concentra 2.738 das infecções e 256 mortes.


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade