Um protesto de taxistas bloqueou na manhã desta terça-feira (26) o trânsito de veículos nas duas principais vias de acesso ao Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília (DF).
Segundo a assessoria da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), a manifestação começou pouco depois das 8h. Usando pneus e madeira, os taxistas ergueram barricadas a cerca de 600 metros do aeroporto, impedindo o avanço dos veículos.
Para garantir o acesso dos usuários, a Infraero acionou seu plano de contingência, pedindo o apoio da Secretaria de Transportes e da Polícia Militar. O tráfego foi liberado por volta das 10h, mas, em função do congestionamento, a situação demorou a se normalizar. De acordo com o último balanço divulgado pela empresa estatal, dos 47 voos previstos até as 10h, quatro foram cancelados e três partiram com atraso, embora não necessariamente por conta de problemas causados pela manifestação.
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Segundo a presidenta do Sindicato dos Permissionários de Táxi e Motoristas Auxiliares do Distrito Federal (Sintetaxi), Maria do Bonfim Pereira de Santana, o protesto foi motivado pela intransigência do governo do Distrito Federal.
Para ela, o problema está ligado aos planos da Secretaria de Transportes do Distrito Federal, que planeja retomar o terreno que os motoristas utilizam há mais de duas décadas como o local onde aguardam a vez de se dirigir ao aeroporto. Segundo Maria, até 2008, um contrato de concessão de uso assinado com a União permitia à categoria usar o terreno. Com o fim da validade do contrato, a proposta de transferir os taxistas para outro local ganhou força. Com a concessão do aeroporto à iniciativa privada, a negociação passou a ser feita não mais com a Infraero e a União, mas sim com o governo do Distrito Federal, por meio da Secretaria de Transportes.
"Procurei a secretaria e me disseram que vamos ter que deixar o chamado `bolsão´ em breve. E que reduziriam o tamanho da frota no local, que hoje chega a 3,4 mil táxis. Também disseram que para trabalhar no aeroporto, os motoristas vão ter que ser bilíngues. Essas medidas prejudicam a categoria e estão sendo adotadas sem nos consultar. Como vão nos despejar sem antes dizer para onde vamos?", disse Maria à Agência Brasil.
A subsecretária de Transportes Público Coletivo e Individual, Luciana Padilha, se reuniu há pouco com representantes da categoria a fim de ouvir suas reivindicações. A assessoria do órgão, contudo, não soube informar o resultado da conversa e adiantou que só irá se manifestar mais tarde.