Após ser convencido pela mãe evangélica, o traficante Diego Raimundo da Silva Santos, de 25 anos, se entregou neste sábado, 27, para a Polícia. Ele era conhecido como Mister M e, segundo os policiais, era o braço-direito do chefe do tráfico no Complexo do Alemão, Luciano Martiniano da Silva, o Pezão. Para se entregar, Santos chegou a furar o bloqueio do Exército na entrada do complexo e só se encontrou com os policiais a alguns quilômetros ali, num ponto pré-combinado.
Tanto a fuga quanto a rendição foram articuladas pela comerciante Nilza Maria, de 57 anos e mãe de dez filhos - entre eles, um pastor, um jogador de futebol júnior e o traficante rendido. "Não aceitava o fato de ele fazer essas coisas", disse ela. Nilza afirma que sempre tentou convencê-lo a se "converter", mas que só conseguiu quando viu os blindados da Marinha e do Exército cercarem o Complexo do Alemão. "Nunca vi uma coisa dessas, botar tanque de guerra na rua."
Mas para Santos se entregar não bastou apenas descer o morro. Nilza preferiu levá-lo a policiais que conheceu quando alguns de seus filhos participaram de um programa para jovens. Para isso, ela entrou em uma Kombi com quatro dos filhos, subiu o Morro da Grota, apanhou Santos, desceu da favela, furou o bloqueio do Exército e partiu para o asfalto. "Foi uma bênção de Deus tudo ter dado certo", resumiu.
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Finalmente, por volta das 15 horas, o grupo se encontrou com os policiais em uma rua próxima à Avenida Lobo Júnior, na Penha. Santos era foragido da Justiça desde 2008, quando dois mandados de prisão - um por associação ao tráfico e outro por roubo de veículos - foram expedidos pela Justiça contra ele. O traficante foi levado para a 6ª DP (Cidade Nova). no Centro e será transferido para a Polinter do Grajaú.
Segundo o delegado Luís Alberto Andrade, titular da delegacia, a rendição deve ter sido decidida após a fala do comandante da Polícia Militar, o coronel Mário Sérgio Duarte, dando um ultimato para os traficantes do Alemão que não se rendessem. "Acredito que eles tomaram a decisão certa. Acho até que as outras mães deveriam fazer o mesmo e convencer os filhos a se entregarem", disse. E Nilza concorda. "Peço que as outras mães, se tiverem a chance, tentem converter os filhos."