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Afirmação de ministro

Tropas do Brasil não têm prazo para sair do Haiti

Agência Câmara
09 dez 2009 às 20:25

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O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou nesta quarta-feira que não há prazo para as tropas brasileiras deixarem a missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti. Segundo ele, que participou de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, a estratégia de saída do Brasil está "ligada à estratégia de construção do país [Haiti]".

Questionado pelo deputado Raul Jungmann (PPS-PE) sobre um prazo para a saída, Jobim afirmou que não é possível definir uma data porque o fim da missão militar "depende do respaldo internacional" e ela está muito relacionada com a "construção e a manutenção da paz" naquele país.

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Até o momento, o Brasil já desembolsou cerca de R$ 704,5 milhões com as ações de paz no Haiti, desde 2004. Como há um reembolso da ONU pelo fato de se tratar de uma ação internacional, o custo orçamentário efetivo foi de aproximadamente R$ 415 milhões no período. Em 2009, até o momento, foram destinados R$ 108 milhões (o maior valor anual), já incluídos os reembolsos. Os recursos são destinados à manutenção da tropa, a obras de engenharia e a ações sociais.

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Rodízio semestral
Em relação ao contingente, Jobim informou que o batalhão de infantaria brasileiro é composto atualmente por 1.016 homens, enquanto o grupo de engenheiros soma 250 pessoas. O Brasil realiza rodízio semestral de suas tropas, sendo o próximo previsto para o período entre 10 a 29 de janeiro - será o 11° rodízio. Há ainda 220 viaturas brasileiras no Haiti.

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"Muitos sustentam que o Brasil tem que se retirar do Haiti. O Ministério da Defesa e o governo sustentam que o Brasil tem que permanecer no Haiti, mesmo que isso represente um custo para o Orçamento brasileiro", afirmou o ministro.


Jobim lembrou que o país caribenho sofre com graves problemas estruturais, como falta de energia elétrica na capital, Porto Príncipe. Ele defendeu a construção da Usina Elétrica Artibonite, ao custo de 150 milhões de dólares, para possibilitar o funcionamento de indústrias e empreendimentos que permitam a geração de emprego e renda.


Caças aéreos
Durante a audiência, o deputado Wilson Picler (PDT-PR), anunciou que vai encaminhar aos presidentes da Câmara, Michel Temer, e do Senado, José Sarney, um abaixo-assinado sugerindo que o relatório elaborado pelo Comando da Aeronáutica sobre os modelos de aeronaves mais apropriados seja determinante na licitação de 36 caças que o governo brasileiro pretende fazer para reaparelhar a Força Aérea Brasileira (FAB). As empresas que disputam esse mercado são a norte-americana Boeing, a francesa Dassault e a sueca Saab.

Jobim, no entanto, minimizou a iniciativa, argumentando que o relatório do Comando da Aeronáutica é um documento técnico que não pode influenciar uma decisão maior do governo, referente à política industrial de defesa nacional, pois, entre os critérios para a compra dos aviões, está a transferência de tecnologia. "Quem define a política industrial é o poder civil. Temos longa experiência de embargos de países que prometeram transferência de tecnologia e não cumprem", declarou. Picler informou que seu abaixo-assinado conta com 195 assinaturas de parlamentares.


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