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Aumento de 91,5%

Uma em cada quatro pessoas no Brasil conhece vítimas de violência doméstica, diz Datafolha

Tulio Kruse - Folhapress
02 set 2024 às 13:00
- Freepick
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Um em cada quatro brasileiros diz que conhece mulheres vítimas de violência doméstica praticada por parceiros íntimos, como namorados, maridos e ex-companheiros.


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A estimativa é de pesquisa Datafolha sobre percepções da violência encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pela Folha de S.Paulo.

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Essa parcela da população (27%) corresponde a quase 45 milhões de pessoas em todo país, e as respostas se referem a agressões praticadas num período de 12 meses anteriores à data da pesquisa. É o crime citado com mais frequência entre 18 situações diferentes aferidas pelo instituto, que vão de assaltos à presença de cemitérios clandestinos nos bairros.

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O Datafolha entrevistou 2.508 pessoas com mais de 16 anos em todas as regiões do Brasil entre os dias 11 e 17 de junho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.


A violência doméstica é relatada em proporção maior pelas próprias mulheres (31% das entrevistadas respondem afirmativamente) do que entre homens (22%). É também exposta pelos jovens com maior frequência do que pelos mais velhos.

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O mesmo ocorre entre os mais escolarizados, em relação a quem teve menos ensino formal. Dos entrevistado com ensino superior completo, 36% afirmam que conhecem vítimas de violência doméstica. Entre aqueles que estudaram até o fundamental, 18% dizem o mesmo.


A violência contra a mulher é um fenômeno crescente no Brasil, ressalta a socióloga Isabele Matosinhos, pesquisadora do Fórum, com base em dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. "Todas as formas de violência contra a mulher aumentaram em 2023, segundo registros oficiais", ela escreve, em artigo feito com base nos dados da pesquisa.

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O Datafolha perguntou se os entrevistados foram vítimas de uma série de crimes no período de 12 meses que antecedeu a pesquisa , como agressões, sequestros relâmpago, assaltos e furtos de celular. As vítimas de agressão são 5% do total de entrevistados, e as mulheres são maioria (56%) entre aqueles que admitem ser sido vítimas desse crime.


Esses resultados apontam para um cenário ainda pior do que é retratado nas estatísticas oficiais, que já apontavam um número alto de agressões contra mulheres.

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"Estamos falando de pelo menos 2,4 milhões de mulheres brasileiras que sofreram agressão física entre junho de 2023 e junho de 2024", diz a socióloga. Em contraste, foram 258.941 registros de lesão corporal dolosa em contexto de violência doméstica contra mulheres no ano passado, segundo o Anuário.


As duas estatísticas não são diretamente comparáveis, ela enfatiza, pois há diferenças na coleta desses dados e na definição de cada ocorrência. No entanto, mostram a discrepância entre os dados oficiais e o que é possível aferir com base nos relatos da própria população.

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Os casos de lesão corporal contra mulheres, ela calcula, correspondem a 709 registros por dia. Já a pesquisa de vitimização do Datafolha aponta para 6.790 agressões físicas a cada dia no período de 12 meses pesquisado.


"Essa aproximação mostra, entre outros aspectos, a insuficiência das estatísticas oficiais para medir o fenômeno da violência contra mulheres, a importância de pesquisas de vitimização, além de reforçar a necessidade da expansão e aprimoramento de políticas públicas de proteção", completa.

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Neste ano, o Anuário já havia apontado para um recorde de violência contra mulher: um estupro foi registrado a cada 6 minutos no Brasil ao longo do ano passado.


O número leva em conta apenas os casos que foram denunciados às autoridades policiais e incluem tanto estupro quanto estupro de vulnerável, como são classificados os casos no qual a vítima tem menos de 14 anos ou quando ela não tem condição de consentir.


O dado representa um aumento de 6,5% dos casos comparados com 2022. Quando observada a série histórica, que teve início em 2011, houve um aumento de 91,5% de registros. Ao todo, o Brasil registra 38 mil presos, 37.870 são homens e 628 mulheres pelos crimes de estupros, sendo que 25 mil foram condenados por estupro de vulnerável.


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