O Tribunal do Juri julga hoje (14) os policiais militares Handerson Lents Henrique da Silva e Sammy dos Santos Quintanilha, acusados de participação na morte da juíza Patrícia Acioli. O crime foi em agosto de 2011, no bairro Piratininga, em Niterói (RJ), região metropolitana do Rio. Eles são os dois últimos acusados a ir a julgamento. Dos 11 réus, nove foram condenados em julgamentos anteriores.
A primeira testemunha foi a advogada Ana Claudia Abreu Lourenço. Ela era advogada de Sammy no processo sobre a morte de Diego Beliene, quando soube que a juíza havia decretado a prisão preventiva dele e de todos integrantes do Grupo de Ações Táticas (GAT), do 7º Batalhão da Polícia Militar em Alcântara.
De acordo com a advogada, ela avisou a diversos integrantes do GAT sobre a decretação das prisões. Ela disse que Jefferson de Araújo Miranda, um dos réus já condenados pelo assassinato de Patrícia Acioli, contou a ela que Sammy não sabia que o crime estava sendo planejado, pois, se soubesse, acabaria contando a ela que, por sua vez, contaria à juíza.
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A segunda testemunha foi o inspetor de polícia Ricardo Henrique Moreira. Ele contou estar sendo ameaçado de morte desde 2010 por seu trabalho no núcleo de homicídios da delegacia. Ele disse que, segundo as investigações, o plano do GAT era matá-lo, mas o tenente coronel, Cláudio Oliveira, também condenado pelo assassinato da juíza, teria convencido os policiais a matar a magistrada para cortar o mal pela raiz.
O delegado da Divisão de Homicídios do Rio de Janeiro na época do crime, Felipe Ettore, foi o terceiro a depor. Segundo ele, Sammy estava preso no Batalhão Especial Prisional no dia do assassinato, por estar envolvido no assassinato de Diego Beliene, mas aceitou financiar o crime.
Quanto a Handerson, o delegado disse ter certeza de que ele sabia do planejamento do crime quando, um mês antes, levou integrantes do GAT até a casa da juíza para mostrar o local onde seria o homicídio. No entanto, de acordo com as investigações, ele não fazia parte do grupo do comandante Cláudio Oliveira, pois não estava mais lotado no 7º Batalhão.
A quarta testemunha foi o policial civil José Carlos Guimarães, que era chefe das investigações da Divisão de Homicídios do Rio. O policial repetiu o que foi dito pelo delegado Felipe Ettore e destacou que, mesmo estando preso, o soldado Sammy entrava constantemente em contato com os outros integrantes do GAT por meio de celular. O policial disse que o grupo tentou matar a magistrada duas vezes. O julgamento está previsto para acabar na madrugada desta terça-feira (15).