O assassino Wellington Menezes de Oliveira diz em vídeo que o bullying sofrido por ele foi a principal motivação para o massacre em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro. A Secretaria de Segurança Pública do Rio divulgou novo material, que inclui vídeos, fotos e textos, encontrados no computador do assassino.
O acervo mostra a preparação de Wellington, não só para as mortes, mas para a repercussão que o caso teria. Lendo textos ou falando diretamente para a câmera, Wellington contraditoriamente justifica o assassinato das 12 crianças como uma resposta aos "covardes". "Eu era agredido, humilhado, ridicularizado (...), mas o que mais me irrita hoje é saber que esse cenário vem se repetindo sem que nada seja feito contra essas pessoas covardes e cruéis", diz.
Referindo-se às vítimas de bullying como "irmãos", o assassino culpa as "autoridades escolares" por cruzarem os braços diante do problema, e diz que, não fosse por isso, estaria vivo, assim como todos que matou. Em um dos vídeos, o assassino "parabeniza" o garoto australiano Casey Heynes, famoso depois da divulgação na internet de um vídeo em que se defende de bullying.
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Wellington cita também o sul-coreano Cho Seung-Hui, que invadiu o Instituto Politécnico e Universidade Estadual da Virgínia (EUA), em 2007, matando 32 pessoas; e Edmar Aparecido Freitas, que entrou atirando, em 2003, no colégio onde estudou em Taiuva (SP), ferindo 8 pessoas, e depois se matou.
Em outra gravação, já sem barba, Wellington se despede. "Hoje é quarta-feira, dia 06 de outubro de 2011 (sic), já são quase 7 horas da noite, daqui a pouco estou saindo de Sepetiba e me dirigindo para Realengo onde ficarei hospedado no hotel Shelton pra me preparar (...) Este é meu último discurso", diz. Há também sete fotos do assassino. Nelas, Wellington aparece segurando duas armas, apontando uma delas para a câmera e, em outra foto, para a própria cabeça.