“Quem não se comunica, se trumbica”, dizia Chacrinha, um dos maiores comunicadores da TV brasileira. Essa máxima permanece mais viva do que nunca, sobretudo para as instituições públicas.
Muito se questiona atualmente sobre como reduzir custos e burocracia do Poder Público no Brasil. Para muitos gestores a melhor solução é privatizar. Para outros, investir em serviço público de qualidade. Qual a relação disso com comunicação: tudo! A percepção dos gestores está muito vinculada à imagem e credibilidade das instituições públicas diante da sociedade, que cria uma visão de mundo baseada no que as pessoas “ficam sabendo” sobre as instituições públicas.
Este foi um dos pontos de análise e discussão do curso que realizei sobre comunicação e mídias digitais para pesquisadores, extensionistas e bolsistas do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER (IDR Paraná). Já disse e reitero: essas pessoas estão entre as principais responsáveis pelo sucesso do agronegócio paranaense. Elas criaram e difundiram diversas tecnologias que hoje sustentam a economia do nosso estado e estão trabalhando para enfrentar os desafios do futuro, que não são poucos.
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As mudanças climáticas estão entre os principais pontos de atenção da produção agrícola mundial. O que muita gente não sabe, sobretudo o público urbano, é que já existem tecnologias consolidadas de enfrentamento a essa nova realidade. A preocupação hoje é aplicá-las nas propriedades rurais de forma integrada aos sistemas de produção para que haja sustentabilidade ambiental e também econômica e social. Para isso, a comunicação mostra-se mais uma vez fundamental, já que se trata de uma questão de adesão por parte do produtor, notadamente o pequeno, que sofre de forma mais acentuada os efeitos adversos do clima e tem maior dificuldade de acesso à informação técnica de qualidade.
O cidadão urbano está sofrendo também os efeitos de um planeta aquecido quando, por exemplo, observa o preço dos alimentos subindo nos supermercados e nos restaurantes. É a comunicação que vai mostrar a ele as ações das instituições públicas para, pelo menos, atenuar os efeitos das mudanças climáticas no prato do trabalhador.
O enrosco é fazer essa comunicação de forma ágil e eficiente a partir de uma estrutura nem sempre ideal, muitos afazeres e o turbilhão de informações que chegam a todo momento na internet. Procurei dar a minha contribuição aos servidores primeiramente me colocando como servidor público também, portanto, vivenciando essa realidade, e como pesquisador e docente das áreas de comunicação e ciências agrárias (extensão rural). Um dos pontos mais importantes, sem dúvida, é a forma correta de produzir e distribuir conteúdo, a partir de uma estratégia e planejamento que contemple os públicos, as necessidades de cada um deles, as características de cada meio de comunicação, a linguagem mais apropriada e, acima de tudo, informação técnica de qualidade, antídoto para combater as notícias falsas e criar uma mentalidade justa na mente e no coração das pessoas ;)
*Lucas V. de Araujo: PhD em Comunicação e Inovação (USP).
Jornalista Câmara de Mandaguari, Professor UEL, parecerista internacional e mentor de startups.
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