Os advogados que representam os acionistas minoritários do Bamerindus entraram nesta quarta-feira com pedido de prisão do presidente do HSBC, Michael Goeghegan. Segundo os advogados, a prisão se justificaria porque a direção do HSBC teria descumprido decisão judicial que determina a abertura da documentação referente à venda do Bamerindus ao HSBC.
A petição foi protocolada na 14ª Vara da Justiça Federal em São Paulo, onde corre o processo que investiga a intervenção e posterior liquidação feita pelo Banco Central no Bamerindus, em março de 1997.
Além de Goeghegan, a petição inclui ainda o diretor do Banco Central, Carlos de Freitas, e dos dois interventores do Bamerindus, Flávio de Sousa Siqueira e Sérgio Prates. Nenhum deles aceitou cumprir a determinação judicial que pedia a abertura da caixa preta. O prazo dado pelo Superior Tribunal de Justiça venceu na sexta-feira passada. Pelas leis judiciais, todos ficaram sujeitos a prisão desde a expiração do prazo.
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O HSBC e Banco Central ainda tentam reverter a situação. O departamento jurídico do banco estuda a possibilidade de ajuizar recursos no Superior Tribunal de Justiça e na própria 14ª Vara da Justiça Federal. O banco alega que não tem responsabilidade no processo de intervenção do Bamerindus, que deveria ficar a cargo apenas dos interventores.
O advogado dos acionistas minoritários Sandro Pereira dos Santos avalia que os citados no processo ficaram sem saída com a decisão judicial. "Eles já incidiram em crime penal, pois não cumpriram a ordem da Justiça por duas vezes", afirmou.
Santos tem em mãos um dossiê que comprovaria as irregularidades cometidas no processo de intervenção do Bamerindus. Os documentos trariam evidências de que o HSBC teria sido beneficiado e de que o processo de liquidação do Bamerindus não respeitou as regras mínimas exigidas. "Houve um prejuízo de centenas de milhões para o Bamerindus e lucro imenso para o HSBC", afirmou.