A antecipação da restituição do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) pode ser um bom negócio para quem está precisando de dinheiro, já que os juros deste serviço são menores do que as outras linhas de crédito. Na maioria das instituições financeiras, as taxas para quem solicita a antecipação varia de 2,7% a 3,4% mensais, enquanto os juros do cheque especial estão em média até 8% ao mês e do cartão de crédito em torno de 10%.
Qualquer contribuinte que tem imposto a ser restituído pode usufruir desse empréstimo. Basta levar uma cópia da declaração e o recibo para o banco em que possui uma conta, o mesmo que foi detalhado no formulário à Receita Federal. Porém é preciso estar com o nome limpo nos órgãos de proteção de crédito, porque é feita uma análise de cada pessoa antes da antecipação.
O Banco do Brasil (BB) lançou esse serviço no ano passado, e estima um crescimento de 100% neste ano. O HSBC já registrou um aumento de 130% em relação aos contratos firmados no ano passado e tem a expectativa de triplicar o número de serviços. Outros bancos que oferecem o serviço são o Banestado/Itaú, a Caixa Econômica Federal, BBV e ABN Amro/Real. A maioria deles oferece um financiamento de 70% do valor a ser restituído, e em alguns locais o contrato pode ser firmado até outubro deste ano.
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"Muitos clientes que fazem essa antecipação querem muitas vezes comprar bens como televisão, geladeira ou material de construção, e nas lojas os juros giram em torno de 6%, então é melhor pegar esse crédito com a gente", explicou o gerente de uma agência do BB, Luiz Antônio Digiovani. Ele ainda disse que as pessoas têm outra vantagem, porque ao pegar o dinheiro no banco e fazer o pagamento do produto à vista, elas geralmente conseguem um desconto.
Para o consultor financeiro Azis Surugi, é preciso conversar bastante com o gerente do banco para que a antecipação da restituição tenha mais vantagens do que apenas o juro mais baixo. "Muitos bancos acabam oferecendo outros produtos imbutidos, como apólices de seguro, venda de títulos bancários, e é preciso tomar cuidado e não antecipar a restituição se não for mesmo necessário", analisou. Mas ele disse que é possível se fazer um bom negócio. "É uma linha de recurso para quem não quer entrar no cheque especial ou outra forma de financiamento".