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Atentado também atingiu exportação brasileira

Redação - Folha do Paraná
13 set 2001 às 18:32

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Empresários dos mais diversos setores brasileiros que estão exportando para os Estados Unidos aguardam com ansiedade a passagem da turbulência emocional que abalou o mundo devido ao atentado terrorista à Nova York e Washington, na última terça-feira. A expectativa é que a partir da próxima semana a euforia se reduza, o que permitirá iniciar conversações para retomar os negócios de comércio exterior paralisados esta semana. Todos os contratos de exportação e importação para os Estados Unidos simplesmente foram interrompidos.

O consultor internacional Carlos Barbieri avalia que nos próximos dias já será possível traçar um cenário sobre os reflexos que o atentado provocará na economia brasileira. Mas de imediato já se pode prever um forte abalo nas exportações de laranja e café, pois o Brasil não tem poder de formação de preço internacional. "A estabilidade econômica só virá depois da retaliação dos Estados Unidos", afirma.

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Barbieri esteve em Curitiba, participando de um seminário sobre exportação para os Estados Unidos. O evento foi organizado pela Câmara Americana de Comércio (Amcham) e reuniu executivos interessados em vender produtos para o mercado norte-americano.

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O atentado aos Estados Unidos foi motivo de discussão informal entre os participantes, mas não foi tema dos debates. O coordenador do programa de exportação da Câmara, Francisco Prado, disse não acreditar que o ataque terrorista possa comprometer a médio prazo os negócios entre os dois países. "As relações comerciais continuarão iguais. O presidente George Bush garantiu que o país se manterá aberto a negócios", disse Prado.

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A intenção da Câmara Americana de Comércio é estimular as empresas brasileiras a comercializarem com os Estados Unidos. O Brasil ainda é muito tímido em exportação, que fica restrita aos grandes grupos empresariais. Mesmo assim, os EUA são o maior mercado importador individual de produtos brasileiros, tendo absorvido 24% das exportações nacionais, no ano passado. Da mesma maneira, os EUA são os maiores exportadores para o Brasil, com venda de 23% dos produtos que o País importou.


O cenário antes do atentado mostrava um EUA cada vez mais importador, com crescimento de 10% em 2000 sobre 1999. Na pauta de exportação brasileira estão aviões, calçados de couro, pasta química de madeira, ferro fundido, gasolina, produtos semimanufaturados, automóveis, telefone celular e café.

Na avaliação do consultor internacional Carlos Barbieri o importante agora é saber como se comportará o consumidor norte-americano. Se ele mantiver o nível de compra, os demais países se beneficiarão. Se o governo Bush decidir investir pesado em segurança e na indústria bélica também haverá uma tendência de aquecimento econômico.


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