O Banco Central (BC) determinou a liquidação extrajudicial dos consórcios Varaschin S/A Ltda, de Pato Branco, e Convert, de São Paulo, por incapacidade de honrar com compromissos assumidos. De acordo com a diretora de Fiscalização do BC, Tereza Grossi, ambos os consórcios tinham "buraco" em suas contas. O número total de pessoas lesadas é de 1.468, sendo que 1.450 são clientes da empresa paranaense.
A maioria dos consorciados da Varaschin reside em Maringá e Pato Branco. O BC descobriu que os dois controladores da empresa, Armínio Santos Massarolo, que detinha 78% do consórcio, e Cleynor Fernando Massarolo, responsável pelos outros 22%, desviaram R$ 3,2 milhões dos clientes para outras empresas do grupo. Ao todo, o consórcio tinha 23 grupos de veículos e motos.
Sobre o Convert, Tereza explicou que, mesmo sem formar novos grupos desde 1999, o consórcio carregava um desequilíbrio de R$ 810 mil nas suas contas. A empresa tem vários processos contra ela na Justiça e foi liquidada com uma pendência de R$ 292 mil. O BC já determinou a indisponibilidade dos bens dos controladores dos dois consórcios até a conclusão de todo o processo para garantir o pagamento dos prejuízos.
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Aproximadamente metade dos 1.450 mil consorciados da empresa Varaschin ainda não recebeu os bens pelos quais estava pagando. A informação é do liquidante do consórcio, Valdor Faccio, indicado pelo Banco Central para fazer os levantamentos da situação financeira do consórcio.
Segundo ele, é muito cedo para prever se todas as pessoas que tinham pago pelos bens vão receber o produto ou algum reembolso. "Mas como o Banco Central fez a liquidação, é sinal que havia problemas. Por isso vai haver prejuízo", afirmou.
"As pessoas que ainda tinham parcelas a pagar mas já receberam seus bens devem continuar pagando as parcelas", orientou Faccio. Já os consumidores que ainda não pegaram os produtos devem parar de pagar as parcelas, explicou. Depois do levantamento das dívidas e do patrimônio da Varaschin, o que vai demorar cerca de 90 dias, será enviada uma carta aos consorciados revelando qual a situação de cada um com a companhia.
Consultas feitas pela Folha mostram que não havia reclamações de consumidores contra a empresa, existente há 21 anos. A Coordenadoria de Defesa e Proteção do Consumidor (Procon) de Pato Branco ainda não foi instalada. No Sindicato do Comércio da cidade não havia nenhum registro de problemas com o consórcio. "Ainda não pude confirmar se há reclamações, mas a liquidação foi promovida por causa de fiscalizações feitas", relatou Faccio.