O destino das ações da Copel continua em suspenso nos próximos dias. O Banco Central ainda não concluiu o estudo que está fazendo em relação ao pedido do governo do Paraná, que propôs o parcelamento ou prorrogação do prazo para recuperação das ações. Oficialmente, o prazo para resgate das ações da Copel que se encontram em poder do Banestado, recentemente vendido ao Itaú, encerra-se no dia 31 de dezembro.
Se depois disso o governo do Paraná não resgatar as ações, elas ficam definitivamente com o Banco Itaú, que passa ter 30% do total que o governo do estado possui na Copel, ou seja 48%.
O secretário da Fazenda, Ingo Hubert, rejeita o que ele chama de "ambiente de terrorismo". De acordo com sua assessoria, a Secretaria da Fazenda já teria negociado com o Banco Itaú a prorrogação do prazo e afirma que as ações poderão ser resgatadas numa outra data. Mas não informou qual é a nova data. "Sobre isso não é possível dar mais informações", disse o assessor. O Banco Itaú confirma apenas que a prorrogação do prazo está sendo negociada.
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As ações da Copel foram dadas ao Banestado como caução de uma operação no valor de R$ 350 milhões, que foram utilizados para o banco comprar títulos precatórios dos estados de Alagoas, Santa Catarina, Pernambuco e dos municípios de Guarulhos e Osasco, em São Paulo. Essas administrações alegam que não têm o dinheiro para recompra de seus títulos e o governo do Estado pode ficar com o mico na mão. Isso porque as ações da Copel garantiram a operação e elas foram repassadas ao Banco Itaú, que adquiriu o Banestado.
O problema é que o governo do Paraná ainda não encontrou um meio de resgatar as ações. Está sem dinheiro em caixa, e a solução é adiar o prazo ou parcelar a recompra desses papéis.
O senador Osmar Dias, um dos maiores críticos do governo no Senado, que vem alertando sobre o risco de o governo ser obrigado a entregar o controle da Copel para o Itaú, está hoje na Associação Comercial do Paraná (ACP) para fazer uma explanação sobre o assunto.
O aposentado Stanislau Gramowski, que trabalhou durante 25 anos como assistente adminsitrativo da Copel, aproveitou ontem a mobilização do Sindicato dos Bancários, em Curitiba, para protestar contra o que ele chamou de "entrega da Copel para diretores do Itaú". (Colaborou Luciana Pombo, de Curitiba)