Pressionado pelas instituições financeiras, o Banco Central argentino decretou feriado bancário e cambial por tempo indeterminado a partir de segunda-feira, dia 22. Os bancos pediam, desde quinta-feira, que o BC argentino tomasse uma atitude mais drástica para conter a sangria de recursos dos depósitos bancários por meio de decisões judiciais.
O feriado vai vigorar até que o governo tenha definido e transforme em lei o novo plano que prevê a troca obrigatória dos depósitos a prazo fixo presos pelo curralito (curralzinho) por títulos públicos.
A disparada do dólar nos últimos dias também pesou na decisão do BC argentino. A moeda dos Estados Unidos subiu mais 5% ontem e fechou vendida a 3,28 pesos. Na semana, o dólar acumulou alta 9,7%.
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A suspensão das atividades do banco Scotiabank Quilmes por 30 dias, anteontem, por problemas de liquidez, explicitou a fragilidade das instituições financeiras que operam na Argentina atualmente. Somente nesta semana, estima-se que cerca de 1 bilhão de pesos saíram dos bancos amparados por decisões judiciais.
A equipe econômica pretende definir os detalhes do plano para deter a saída de recursos dos bancos no fim de semana e enviar o projeto para ser votado pelo Congresso ainda na segunda-feira.
A medida pode ser anunciada neste fim de semana. O governo deve oferecer aos poupadores dois tipos de títulos -um em pesos, com prazo de cinco anos, e outro em dólares, com prazo de dez anos.
Há nos bancos aproximadamente 30 bilhões de pesos em depósitos a prazo fixo que devem ser trocados por títulos. Quem tem caderneta de poupança ou conta corrente ficará livre da troca, segundo Eduardo Amadeo, porta-voz da Presidência.
''As decisões judiciais têm favorecido apenas 15% dos poupadores e prejudicado todos os argentinos, pois os recursos que saem do curralzinho têm migrado para o dólar e pressionado a inflação. Por isso, decidimos que chegou a hora de frear essa saída de recursos'', afirmou Amadeo.
Para o economista Orlando Ferreres, a decisão de devolver os depósitos por meio de títulos ''é a única alternativa possível neste momento'' e deve ajudar a evitar a quebradeira de muitos bancos.